1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Israel: 18 meses de prisão para soldado por matar palestino

21 de fevereiro de 2017

Tribunal encerra um dos julgamentos mais polarizadores da história de Israel ao sentenciar jovem militar por executar a tiros um palestino ferido e imobilizado no chão na Cisjordânia.

https://p.dw.com/p/2XyLm
Israel Elor Asaria vor Gericht
Elor Azaria é abraçado durante o julgamento: Netanyahu defendeu perdão ao jovemFoto: picture-alliance/AP Photo/H. Levine

Um tribunal militar sentenciou nesta terça-feira (21/02) um soldado israelense a 18 meses de prisão, por matar a tiros um palestino ferido e imobilizado na Cisjordânia, encerrando um dos julgamentos mais polarizadores da história da Justiça de Israel.

A sentença é anunciada um mês depois do veredicto que condenou Elor Azaria, de 21 anos, por homicídio. Os promotores pediam cinco anos de prisão para o soldado, refutando a tese dos advogados de que ele agira em legítima defesa.

Em março de 2016, um vídeo se tornou viral ao flagrar o momento em que Azaria executou a tiros um palestino, no que o tribunal considerou um ato de vingança – a vítima havia esfaqueado e ferido levemente um colega do soldado momento antes em Hebron, na Cisjordânia.

A defesa afirma que o soldado pensou que a vítima carregava explosivos, mas outros envolvidos no caso dizem que o palestino já havia sido revistado. Nenhuma das pessoas que aparece no vídeo aparenta agir com cautela antes de Abdul Fatah al-Sharif, de 21 anos, ser executado.

Na leitura do veredicto, a presidente do tribunal militar, Maya Heller, afirmou que não havia motivos para que Azaria atirasse, já que a vítima não representava qualquer ameaça. Ela criticou o testemunho "evasivo" dado pelo réu, que tinha 19 anos na época do episódio

O caso gerou um debate sobre o papel das Forças Armadas na sociedade israelense e, segundo grupos de defesa de direitos humanos, para os excessos cometidos em territórios palestinos, numa violação do código de ética militar.

Segundo o código militar israelense, um suspeito deve ser rapidamente neutralizado, mas, uma vez que não haja mais ameaça, ele não deve ser morto. A execução ocorreu em meio a uma onda de ataques por parte de palestinos, deflagrada em outubro de 2015.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, defendeu o perdão ao soldado, assim como políticos de direita e juristas. O ministro da Defesa, Avigdor Lieberman, afirmou que, para ele, as Forças Armadas "devem se manter afastadas do debate político".

Políticos de partidos de direita reforçaram nesta terça-feira o pedido para que o presidente Reuven Rivlin perdoe o militar, que foi chamado de "filho de todos” pela campanha que o apoia. Em Israel, a acusação de assassinato tem pena máxima de 20 anos de prisão.

RPR/rtr/ap/ots