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Jogadores reivindicam defesa com quatro homens

mw13 de junho de 2002

Time experimenta em treino formação que deu certo contra Camarões, mas comissão técnica afirma que definirá sozinha esquema tático contra Paraguai. Substituições dos três suspensos parecem já decididas.

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"Espero jogar por minhas qualidades futebolísticas e não porque sei falar", respondeu Jeremies ao técnico que aposta em sua voz de comandoFoto: AP

Se depender dos jogadores, a Seleção Alemã entrará em campo, sábado, em Seogwipo, contra o Paraguai, com quatro homens na defesa. "Nós, jogadores, estamos todos de acordo que uma linha de quatro é um sistema muito bom", anunciou o meio-campo Jeremies, depois do treino desta quinta-feira na ilha de Jeju, Coréia do Sul.

"Tudo indica que do 4-4-1 contra Camarões teremos agora um 4-4-2", aposta o meia esquerda Marco Bode. "Contra Camarões, jogamos algo melhor com quatro homens na defesa após o intervalo. O treinador certamente também viu que funcionou", reforça o armador Ballack. O goleiro e capitão Oliver Kahn, que estará aniversariando no dia da partida, foi um dos primeiros a se pronunciar a favor da mudança, logo após a classificação para as oitavas-de-final.

O treinador Rudi Völler experimentou, no treino desta quinta, diversas formações e situações, mas não adianta qualquer decisão. "Aceitamos todas as sugestões que vêm dos jogadores. Mas questões táticas são discutidas e decididas exclusivamente na comissão técnica", avisa o treinador auxiliar Michael Skibbe.

Diplomático, Ballack reage: "Até agora, o treinador tem escalado tudo excepcionalmente e feito tudo certo." E Marco Bode lembra que a formação não é o mais importante numa partida, mas o engajamento e a autoconsciência dos jogadores. "Com isto, podemos bater quase que qualquer adversário, independente de nossa formação", diz o autor do primeiro gol contra Camarões.

Novos nomes

– Dificilmente Völler manterá, porém, a defesa com apenas três homens. Até porque ela previa Ramelow como líbero, que suspenso não jogará sábado. E seus possíveis substitutos (Jeremies e Kehl) não têm as características necessárias para a função, embora o primeiro já a tenha desempenhado a contragosto no Bayern de Munique.

As substituições de Ramelow, Hamann e Ziege – todos suspensos – parecem igualmente assunto encerrado. Parado há três meses devido a um rompimento de ligamentos, Rehmer deverá entrar na lateral direita na reformulação da defesa. Convocado como atacante, Bode deverá ser escalado na lateral esquerda, posição em que também já jogou com freqüência no Werder Bremen. No meio de campo, Jeremies é praticamente certo na cabeça de área, no lugar de Hamann.

Com língua nada presa, o raçudo, mas às vezes também violento Jeremies pode ser o líder por que o campeão mundial Franz Beckenbauer tanto clama. O próprio técnico Völler alegou "a forte voz de comando" do jogador para justificar sua possível escalação. O meio-campista do Bayern de Munique não gostou: "Espero, claro, que possa jogar também em função de minhas qualidades futebolísticas e não apenas porque sei falar."

O adversário

– O Paraguai não assusta os alemães, embora Völler ressalve que "todo adversário deve ser levado a sério; só quando se dá 100% de si, tem-se uma chance". Segundo o técnico, "certamente ainda não estamos em condições de colocar todos os adversários contra a parede, mas se cada um de nós der o máximo de si, podemos sobreviver ainda algumas rodadas".

O auxiliar Skibbe acrescenta: "Vai ser uma parada dura." Atacante do Bayern de Munique, Roque Santa Cruz é o jogador que mais preocupa a comissão técnica alemã. "Ele é bom de cabeça, drible e combate homem a homem. Vamos ter de dar atenção especial a ele", antecipa Skibbe.

As estatísticas são favoráveis à Alemanha. Em copas do mundo, os tricampeões mundiais perderam para um país sul-americano uma única vez em 13 jogos: na final de 1986, para a Argentina (3x2). A Seleção Alemã nunca enfrentou o Paraguai.

Além de seus próprios pontos fracos (passividade, falta de liderança e atuações inconstantes) e do Paraguai, a Alemanha terá que superar em Seogwipo mais um obstáculo para chegar às quartas-de-final: o clima. Em Jeju, o tempo abafado incomodou os jogadores alemães nesta quinta-feira. Para sábado, as previsões não são melhores: mais de 25 graus e 79% de umidade relativa do ar. Um ambiente a que os paraguaios estão bem mais acostumados. A título de comparação: em Suwon, durante a goleada do Brasil sobre a Costa Rica, havia 55% de umidade.