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Johanesburgo: Governo alemão satisfeito, com reservas

Laís Kalka4 de setembro de 2002

Chanceler federal e ministros fazem balanço positivo da Conferência Mundial, apesar das concessões que foram necessárias para a aprovação de um plano de ação consensual.

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Protestos durante discurso de Colin Powell em JohanesburgoFoto: AP

A Alemanha adotou posições notáveis na Conferência Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, sobretudo ao defender a redução das controvertidas subvenções agrárias e o aumento da participação das fontes renováveis na produção mundial de energia. No texto consensual incluído no plano de ação aprovado ao fim da Conferência pelos representantes de 191 nações, essas e outras propostas surgem numa forma consideravelmente diluída. Apesar da compreensível decepção, o balanço do governo alemão é positivo.

Importância da abertura de perspectivas e novos caminhos

O chanceler federal Gerhard Schröder, que viajou a Johanesburgo especialmente para defender as posições alemãs em discurso ao pleno na segunda-feira (02), retornando logo a seguir à Alemanha, declarou na capital alemã que seria injusto condenar os resultados da Conferência como um todo. Em sua opinião, o importante é que se tenha aberto um caminho para uma política mais moderna para as questões da energia, da água e da preservação das espécies.

O ministro do Meio Ambiente, Jürgen Trittin, acentuou em entrevista à Deutsche Welle o significado de duas resoluções: a de reduzir à metade até 2015 o número de pessoas sem acesso à água e a uma infra-estrutura básica de saneamento; e a de aumentar substancialmente a cota de energias renováveis. No primeiro caso, Trittin acentuou o progresso que significa o fato de os EUA terem aderido também a essa resolução, levando em consideração que, ainda depois da Cúpula do Rio, o país não participou do acordo referente à preservação da diversidade de espécies. A questão da energia, por sua vez, só entrou para a pauta de debates e foi incluída entre os cinco temas prioritários após muita insistência. Ainda dois anos atrás, questionava-se o que ministros do Meio Ambiente tinham a ver com a questão da energia.

UE junta forças na defesa das fontes renováveis de energia

Os 15 países da União Européia anunciaram uma iniciativa conjunta em favor do aumento da cota das fontes renováveis de energia. Em declaração a ser lançada brevemente, a resolução de Johanesburgo será qualificada de uma "boa base" para a ampliação das negociações, visando o estabelecimento de um cronograma e de metas concretas que tenham validade internacional. Uma conferência internacional anunciada por Schröder em Johanesburgo deverá realizar-se já no ano que vem, segundo a ministra de Cooperação Econômica e Desenvolvimento, Heidemarie Wieczorek-Zeul.

Decepção expressa-se em protestos

Os protestos maciços que marcaram o último dia da Conferência, sobretudo durante o discurso do representante dos Estados Unidos, o secretário de Estado Colin Powell, são no entanto um sinal evidente de que o encontro ficou aquém das expectativas.

A decepção expressa-se sobretudo na comovente Declaração da Juventude, redigida pelos representantes de organizações de jovens participantes da Conferência e lida nesta quarta-feira (04) por Catherine Kamping, das Filipinas: "Assinaturas não enchem a barriga de ninguém. Palavras escritas sobre papel não detêm o desmatamento. Onde estão os mecanismos? Onde estão os cronogramas?". Alguns passos foram dados, mas essas perguntas continuam sem respostas.