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Johnny Depp interpreta Donald Trump em sátira

Silke Wünsch (lpf)11 de fevereiro de 2016

Site americano lança documentário cômico sobre o magnata. Com astro de Hollywood no papel principal e repleto de ironia, filme se propõe a expor ao público o controverso pré-candidato à presidência dos EUA.

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Cena de "Donald Trump's The Art of the Deal: The Movie"Foto: picture alliance/AP Photo

O momento não poderia ser mais oportuno. Donald Trump, pré-candidato republicano à presidência dos EUA, acaba de vencer as prévias do partido no estado de New Hampshire. E eis que, do nada, surge um documentário satírico sobre o magnata do setor imobiliário. O filme, intitulado Donald Trump's The Art of the Deal: The Movie (A arte da negociação de Donald Trump: o filme, em tradução livre) foi divulgado no site Funny or Die nesta quarta-feira (10/02).

O premiado portal é especializado em sátiras e regularmente conta com a participação de estrelas de Hollywood em seus ácidos clipes e filmes. Desta vez, o astro no papel principal é Johnny Depp.

No filme, tudo começa quando uma fita VHS de 1988 é encontrada. Nela há um documentário inédito sobre Trump, filmado pelo próprio empresário. Obviamente ele também escreveu o roteiro, compôs a música e editou todo o material.

O filme tem como pano de fundo um design típico dos anos 80 e uma canção de Kenny Loggins, estrela da época, como tema musical. E é claro que a imagem desbotada do VHS é mantida no documentário todo.

Kanada Johnny Depp beim Toronto Interntional Film Festival 2015
Johnny Depp gravou as cenas do documentário satírico em apenas quatro diasFoto: picture alliance/AP Images/D. Calabrese

E então, ele aparece, o bilionário Trump, interpretado por Depp. A maquiagem é perfeita, com todas as rugas em seu devido lugar. Os gestos e os cabelos tingidos de loiro também condizem com a realidade. Repleto de autoconfiança, Trump mostra aos poderosos da época quem manda no pedaço.

Eis que a voz do narrador diz com admiração: "Donald Trump tem tudo. Dinheiro, poder, respeito e uma noiva do Leste Europeu. Mas seu sucesso não vem do nada." A sátira, com 50 minutos de duração, faz referência ao best-seller escrito por Trump nos ano 1980, A arte da negociação, e se propõe a explicar como fazer uma negociação bem-sucedida e ascender no setor imobiliário.

A história

Aos 10 anos, Trump viu uma foto que mudaria sua vida: a imagem de um menino admirado diante do Taj Mahal, na Índia. O futuro magnata prometeu para si mesmo algum dia construir um Taj Mahal.

Trinta anos depois, ele realiza o sonho. O chamado Castelo de Trump se torna um cassino – que teria ainda mais classe que o modelo indiano, diz Trump no filme. Afinal, sua construção fica no estado americano de Nova Jersey, muito mais esplêndido do que um lugar qualquer na Índia.

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Ao contrário do que previam os produtores, Donald Trump não desapareceu de cena política rapidamenteFoto: Reuters/J. Bourg

Também embarcam no filme o trio de hip hop The Fat Boys e o personagem principal da série de TV Alf, o ETeimoso – que faz um discurso cheio de admiração no casamento de Trump e sua ex-mulher Ivana.

O pano de fundo

A produção do documentário satírico durou meses e foi mantida em segredo durante todo o tempo – algo que nem sempre é fácil em Hollywood. O editor-chefe do site Funny or Die, Owen Burke, disse ao jornal The New York Times que, no início do projeto, ele tinha certeza de que Trump não aguentaria muito tempo como candidato à presidência. Assim, Depp gravou suas cenas em apenas quatro dias.

"Mas, bizarramente, Trump não desapareceu, e, por isso, tivemos mais tempo para a produção", diz Burke.

O filme, dirigido por Jeremy Konner, reconstrói detalhadamente o look de Trump nos anos 80 e destaca sua megalamonia em relação a provérbios. O documentário satírico é permeado de piadas e ironias. Por exemplo, quando o extraterrestre Alf diz ao magnata: "Todos te conhecem como um homem que nunca discriminaria alguém por causa de sua raça." No mesmo instante, um garçom negro deixa uma bandeja cair.

Se o filme conseguirá alcançar seu objetivo – expor o altamente controverso pré-candidato republicano ao público americano –, só o tempo dirá. Afinal, Trump tem muitos simpatizantes no país, que falam sério ao manifestar seu amor pelo bilionário. Ao contrário de Alf.