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Juiz aceita denúncia contra Zelada e mais cinco na Lava Jato

10 de agosto de 2015

Ex-diretor da Petrobras é acusado de receber propina de 31 milhões de dólares para favorecer contratação de empresa americana. Novos réus da operação que investiga corrupção na estatal incluem lobistas e ex-gerente.

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Foto: Reuters/S. Moraes

O juiz federal que conduz as ações da Operação Lava Jato, Sérgio Moro, aceitou nesta segunda-feira (10/08) a denúncia do Ministério Público Federal contra o ex-diretor da área internacional da Petrobras Jorge Zelada, sucessor de Nestor Cerveró.

Segundo o despacho de Moro, Zelada insere-se no contexto das investigações por corrupção e lavagem de dinheiro na estatal, "tendo sido descobertas duas contas secretas de sua titularidade mantidas no Principado de Mônaco, uma delas com saldo sequestrado de 10.294.46,10 euros".

O juiz também aceitou a denúncia contra outros cinco suspeitos de envolvimento em corrupção na estatal. Entre eles estão os lobistas João Augusto Henriques (suposto braço do PMDB no esquema de propinas na Petrobras), Raul Schmidt Felippe Júnior e Hamylton Padilha; o executivo chinês Hsin Chi Su (Nobu Su), presidente executivo da empresa de transporte marítimo taiwanesa TMT; e o ex-gerente da área internacional da petroleira Eduardo Vaz da Costa Musa.

Segundo a denúncia, Zelada, "na condição de diretor internacional da Petrobras, e o acusado Eduardo Musa, gerente da área internacional da Petrobras, teriam aceitado receber propina de cerca de 31 milhões de dólares dos acusados Hamylton Padilha e Nobu Su, para favorecer a contratação da empresa Vantage Drilling Corporation".

A contratação previa o afretamento do navio-sonda Titanium Explorer pela Petrobras, ao custo de 1,816 bilhão de dólares.

Segundo o texto, Felippe Júnior e Henriques atuaram na negociação e receberam parte da propina, que foi paga por meio de uma subsidiária da TMT.

"Parte da propina foi repassada a Padilha, que se encarregou de pagar Zelada e Musa, e outra parte foi repassada a Henriques, que se encarregou de distribuir a parte que caberia ao PMDB", diz o despacho. Para o repasse do dinheiro foram simulados dois contratos.

A defesa de Zelada negou as acusações, e o PMDB afirmou que nunca autorizou ninguém a ser intermediário do partido para arrecadar recursos.

LPF/rtr/ots