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Kerry e Ban Ki-moon aumentam pressão por cessar-fogo em Gaza

22 de julho de 2014

No Egito, líderes da ONU e dos EUA buscam fim do conflito, que já deixou mais de 580 mortos. Israel e Hamas não dão sinal de trégua.

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Foto: Reuters

À medida que aumenta o número de mortos na Faixa de Gaza, cresce o apelo internacional por um cessar-fogo. Nesta terça-feira (22/07), o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, buscam, no Egito, um fim para o conflito, que já deixou mais de 580 palestinos mortos em 15 dias. Ainda não há sinais de que Israel ou o Hamas pretendam depor as armas.

Antes de se reunir com o presidente egípcio, Abdel Fattah Al-Sisi, nesta terça-feira, Kerry pressionou o grupo radical islâmico por um fim dos ataques. “Agora só cabe ao Hamas a decisão de poupar civis inocentes dessa violência”, afirmou o secretário de Estado. Ele prometeu uma ajuda humanitária no valor de 47 milhões de dólares para a Faixa de Gaza.

Apesar de Kerry ter defendido que Israel tenha o direito de se defender dos ataques do Hamas, ele manifestou a preocupação de Washington sobre o crescente número de vítimas. “Estamos profundamente preocupados com as consequências desse esforço apropriado e legítimo de Israel para se defender."

Ban também exigiu um fim imediato das hostilidades. “A violência precisa parar agora”, disse o secretário-geral da ONU no Egito nesta segunda-feira, argumentando que os dois lados podem resolver suas diferenças através do diálogo. “Gaza é uma ferida aberta – colocar um simples curativo não resolve."

Ban, que se reuniu com Kerry no Cairo, também deve participar do encontro com o presidente egípcio e o ministro do Exterior do país, Samih Shukri, nesta terça-feira. Também está programada uma conversa com o secretário-geral da Liga Árabe, Nabil al-Arabi.

Gaza Angriff Israels auf Wohnhäuser 22.7.
Ataque israelense a prédios residenciais em GazaFoto: Reuters

Hamas exige fim de bloqueio

Lideranças mundiais têm pressionado os dois lados do conflito por uma trégua na região, até agora sem sucesso. Na semana passada, uma proposta egípcia de cessar-fogo foi aceita por Israel, mas recusada pelo Hamas, que insiste em só depor as armas depois de negociar. A principal condição da organização islâmica é o fim do bloqueio israelense à Faixa de Gaza, que já dura sete anos, além da libertação de membros do grupo presos recentemente na Cisjordânia, afirmou nesta segunda-feira Ismail Haniya, líder do Hamas.

“As condições da resistência palestina constituem o mínimo necessário para uma trégua. A resistência e os filhos do nosso povo que fizeram tantos sacrifícios nessa guerra insana não podem aceitar nada menos do que isso”, disse Haniya.

Enquanto isso, o presidente palestino, Mahmoud Abbas, reuniu-se em Doha com o líder do Hamas, Khaled Meshaal, e reforçou a posição do grupo. “Hamas e Abbas concordam que todas as facções palestinas devem trabalhar em conjunto por um cessar-fogo”, afirmou Azzam al-Ahmed, membro do partido Fatah, de Abbas. “Ficou decidido que deve haver um cessar-fogo primeiro, e continuaremos as discussões com o Egito e todos os lados regionais e internacionais até cristalizarmos o conteúdo de um acordo de paz definitivo”.

Enquanto a maioria das mortes em Gaza é de civis, incluindo muitas mulheres e crianças, do lado israelense apenas dois dos 29 mortos não eram soldados. Todas as baixas nas tropas de Israel aconteceram depois do lançamento da ofensiva terrestre, que começou no dia 17 de julho com o objetivo de exaurir as capacidades terroristas do Hamas, sobretudo os túneis que os militantes utilizariam para se infiltrarem no sul do Estado judeu.

A escalada da violência começou em junho, quando três jovens israelenses foram mortos. Em seguida, o sequestro e assassinato de um adolescente palestino foi apontado como um ato de vingança, desencadeando uma série de troca de acusações e ataques aéreos. Desde então, mais de 3.600 pessoas ficaram feridas. Mais de 100 mil palestinos deixaram suas casas em busca de refúgio em 69 escolas administradas pela Agência da ONU de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA).

IP/afp/dpa