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Líderes religiosos fazem apelo pela paz

Paulo Chagas24 de janeiro de 2002

Convocados pelo papa João Paulo II, representantes das principais igrejas e religiões dos povos mundiais pediram nesta quinta-feira em Assis (Itália) uma coalizão pela paz e rejeitaram o terrorismo.

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O papa João Paulo II a caminho de Assis (24/01/2002)Foto: AP

Durante o encontro de cúpula de todas as religiões, realizado na quinta-feira (24) em Assis (Itália), os líderes religiosos das principais religiões do mundo pediram a formação de uma coalizão em prol da paz e do entendimento entre os povos. Nos seus pronunciamentos, os líderes rejeitaram o terrorismo e fizeram um apelo por estruturas internacionais mais justas.

Um forte esquema de segurança acompanhou a chegada do trem especial, trazendo o papa João Paulo II e os demais líderes religiosos à estação de Santa Maria degli Angeli, próximo à cidade de Assis. O primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi recebeu os convidados, que foram saudados por milhares de fiéis ao longo da estação ferroviária.

No seu carro blindado, o papa dirigiu-se imediatamente à basílica de São Francisco. Em frente à praça da igreja e ao som dos sinos de todas as igrejas da cidade, o papa recebeu o patriarca de Constantinopla, Bartholomaios I, líder da igreja ortodoxa cristã, e em seguida as outras delegações: participantes judeus, muçulmanos e representantes das demais religiões mundiais.

Fomentar a paz

O patriarca Bartholomaios ressaltou em sua prece que as religiões precisam fomentar a paz. O bispo anglicano Richard Garrad afirmou que todas as correntes de fé precisam se empenhar de forma concreta pela reconciliação. O pai de santo do Benin Amadou Gasseto, representante das religiões da África do Oeste, disse que é preciso se criar no século 21 um mundo de justiça e fraternidade. O representante do hinduísmo, Didi Talwalkar, defendeu o ponto de vista de que as religiões mundiais precisam criar uma "coalizão", a fim de salvar o futuro comum.

Muçulmanos e judeus

O xá da mesquita Al-Azhar do Cairo, Mohammed Tantawi, enviou uma mensagem lida em Assis, exortando todas as religiões monoteístas a respeitar certos valores como a sinceridade, justiça, paz e bem-estar. São valores que fomentam a cooperação entre os povos e não a agressão, ressaltou o líder da mesquita do Cairo, instituição reconhecida pelos muçulmanos do mundo inteiro.

O rabino Israel Singer falou em nome dos judeus, condenando os atentados do dia 11 de setembro. Alguns loucos, agindo em nome de religiões, mataram milhares de pessoas e provocaram assim o primeiro conflito armado do século 21. Mas é um erro invocar a religião para justificar a violência contra outras crenças, disse o rabino.