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Leipzig: a pequena Paris de Goethe

(sv)21 de agosto de 2004

"... é uma pequena Paris e instrui sua gente", dizia Goethe a respeito da cidade onde estudou. Leipzig continua mantendo sua fama e atraindo visitantes de todos os cantos do mundo.

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Edificação renascentista Alte Waage, construída em 1555Foto: AP

"Leipzig vem aí!" É esse o lema que sublinha, desde meados da década de 90, o pulo dado pela mais tradicional cidade da Saxônia em direção ao futuro. O propósito é fazer com que Leipzig retome a importância que teve no passado. Para isso, autoridades e população arregaçam as mangas, depositando grandes esperanças na mistura entre história e modernidade que a cidade representa.

Tudo pode ser visto a pé

As estratégias são visíveis a olho nu: quem chega de trem a Leipzig tem a impressão de estar em uma das estações ferroviárias mais belas e modernas da Europa. Dali, são apenas alguns passos rumo ao centro histórico, quase todo restaurado, com suas duas prefeituras. A antiga e a "nova", que mesmo assim já contabiliza cem anos.

Na avenida que circunda a cidade, há lojas e departamentos públicos, universidade e instituições culturais. Tudo com fácil acesso a pé. Leipzig, com meio milhão de habitantes, proporciona dessa forma as vantagens de uma grande cidade, sem no entanto trazer os incômodos que essas geralmente causam.

Feiras e livros

Messe Leipzig
Centro de Feiras de LeipzigFoto: Messe Leipzig

A universidade local foi fundada há quase 600 anos, sendo uma das mais antigas da Alemanha. Com 24 mil estudantes e um leque variadíssimo de cursos, ela passa hoje por seus melhores dias. Economia e Administração de Empresas são alguns dos cursos de graduação que entraram rapidamente para o cânon universitário local. Afinal, Leipzig é, entre outras coisas, a cidade das feiras.

Estas acontecem há mais de 800 anos e atraem visitantes de toda a Europa. As modernas instalações arquitetônicas do complexo Feira Nova (Neue Messe) oferecem uma infra-estrutura excelente para expositores e visitantes. Além dos diversos eventos industriais, a Feira do Livro de Leipzig goza de renome internacional.

Também aqui procura-se estabelecer uma ligação com a tradição que paira sobre a cidade: tanto a imprensa quanto a literatura têm um pé fincado no cenário local. Em Leipzig estão instaladas algumas das mais importantes editoras alemãs e aqui foi editado, há 350 anos atrás, o primeiro jornal diário de todo o mundo.

Coragem de enfrentar o poder

Demonstration in Leipzig gegen Krieg in Irak mit Thumbnail
Manifestantes nas ruas de LeipzigFoto: AP

Os habitantes da Saxônia são considerados comunicativos, tranqüilos, mas também ousados. Um exemplo da história recente: na Igreja de São Nicolau, situada no centro da cidade, começaram no segundo semestre de 1989 os chamados "protestos de segunda-feira", manifestações pacíficas contra o regime da ex-Alemanha Oriental.

Sem a ousadia dos habitantes da cidade de ir às ruas, é provável que o Muro de Berlim viesse a ruir apenas bem mais tarde. Outro aspecto peculiar à cidade é a ironia das pessoas, principalmente em relação ao poder: em Leipzig foram levadas ao palco, mesmo durante o regime comunista, incontáveis peças satíricas.

Lutero e Bach

Johann Sebastian Bach
Johann Sebastian Bach

Os que vivem em Leipzig demonstram um orgulho especial em relação à Igreja de São Tomás, de confissão luterana, onde há mais de 780 anos está sediado um dos mais antigos e mais conhecidos coros juvenis do mundo: os "Thomaner" (Tomasianos). E foi exatamente nesta igreja, no ano de 1539, que Martinho Lutero introduziu a Reforma protestante.

Pelo menos tão famosa quanto pelas mudanças provocadas por Lutero, a igreja se tornou conhecida, cem anos mais tarde, através da obra de Johann Sebastian Bach. O compositor atuou entre 1723 até sua morte em 1750 no coro da igreja, além de ter dado aulas na escola de música ligada à paróquia local.