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Livro de autores alemães comemora 10 anos do projeto POEMA

Carlos Ladeira, de Berlim20 de junho de 2002

A Embaixada do Brasil em Berlim comemorou os dez anos do projeto interdisciplinar POEMA, da Universidade Federal do Pará, com lançamento de livro de autoria de dois jornalistas de Colônia.

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Reduzir as atividades predatórias na Amazônia é uma das metas do POEMAFoto: AP

POEMA – O Regresso Silencioso da Floresta é o título do livro em que os jornalistas de Colônia Manfred Linke (fotos) e Rainer Osnowski (texto) documentam o desenvolvimento do projeto POEMA (Pobreza e Meio Ambiente na Amazônia), que eles acompanham desde sua fase inicial.

A obra em três línguas – português, alemão e inglês – foi apresentada na Embaixada do Brasil em Berlim por ocasião da comemoração dos dez anos de existência do projeto desenvolvido pela Universidade Federal do Pará com a finalidade de deter a destruição do meio ambiente na Região Amazônica, proporcionando, ao mesmo tempo, condições de subsistência à população cabocla.

A convite do embaixador do Brasil, José Artur Medeiros, compareceram às comemorações, além dos autores do livro, o diretor do POEMA, Thomas Mischein, Mathias Kleinert e Joachim Zahn, da DaimlerChrysler, Peter Peters, da Sociedade Alemã de Investimento e Desenvolvimento (DEG), bem como Willi Hoss, presidente do POEMA Alemanha.

Rompendo o círculo vicioso da destruição ambiental

Uma das tarefas mais importantes do POEMA é conscientizar os caboclos da região do caráter predatório de suas atividades tradicionais de exploração da Floresta Amazônia. Graças à introdução de um sistema de agro-silvicultura, já foi possível romper o círculo vicioso de queimadas, esgotamento do solo e novas queimadas. O cultivo de diferentes tipos de plantas úteis, tais como palmeiras, castanha-do-pará, manga, café, cacau, feijão, laranja e limão, impede que o solo se desgaste com rapidez e proporciona aos caboclos colheitas mais fartas.

Os excedentes da produção agrícola vêm sendo comercializados com sucesso na Bolsa Amazônia, ligada à rede de internet, que está ativando inclusive as atividades comerciais em regiões vizinhas, estendendo-se à Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa.

O programa não se limita, porém, a atuar no setor agrícola e de exploração das riquezas naturais da floresta. A indústria também já chegou à região. Uma fábrica em que fibras de coco misturadas com borracha natural são utilizadas na confecção de assentos e apoios para a cabeça em automóveis já dá emprego a 200 pessoas. Até o final do ano, a DaimlerChrysler pretende aumentar a atual produção mensal de sete toneladas de peças, utilizadas em seus modelos Classe A, para 80 toneladas, dando ocupação para cerca de 500 empregados.

Mathias Kleinert, do Departamento de Relações Públicas da empresa, acentuou que a grande satisfação na comemoração do jubileu está em "saber que, através deste projeto, milhares de pessoas têm hoje uma fonte de renda e condições de vida dignas, impedindo, ao mesmo tempo, o desmatamento da floresta e reflorestando silenciosamente a região. Acrescentou que "não está descartada a possibilidade de levar o mesmo projeto para outros continentes".