Luizão finalmente deslancha
12 de novembro de 2003"Luizão consolida-se em Berlim", titula a agência de notícias esportivas SID em uma matéria repleta de elogios a Luiz Carlos Goulart, que na próxima sexta-feira (14) completa 28 anos. Após longa recuperação de uma lesão no joelho, tratada no Brasil, Luizão não desperdiçou chances, marcando três gols em quatro partidas pelo Hertha Berlim, 14º colocado no Campeonato Alemão.
O atacante brasileiro salvou, com isso, não só o time na Copa da Alemanha como também a cabeça do técnico Huub Stevens e a má imagem deixada por Alex Alves, que já voltou ao Brasil. O também brasileiro Marcelinho Paraíba é um dos motores da equipe.
"Luizão está mostrando cada vez mais do que é capaz. Finalmente livre de lesões, pode tornar-se um grande destaque na equipe", elogiou o diretor de futebol, Dieter Hoeness, após a vitória por 2 a 1 (Luizão garantiu o empate) contra o Borussia Mönchengladbach no final de semana.
A temporada não começou fácil para o brasileiro de 1m78. O treinador preferiu fechar o ataque com Fredi Bobic (14 gols na temporada passada), Artur Wichniarek (12) e o angolano Nando Rafael, de 19 anos, deixando Luizão por um longo tempo no banco.
Salvador do técnico
A tática de Stevens, entretanto, não vingou. A chance veio para o brasileiro há duas semanas e, de quebra, ele fez gols importantes nas duas partidas-ultimato concedidas pela direção ao técnico.
"Estou na melhor forma desde que entrei para o Hertha. Tenho minha chance e vou aproveitá-la. Cada gol que faço é uma compensação pelo tempo na reserva", desabafa o brasileiro, que veio do Grêmio em meados do ano passado e deve ficar no clube da capital alemã até 2006, com um salário de 2,5 milhões de euros por ano.
O longo período investido no condicionamento físico está mostrando seus frutos, elogia Hoeness, que se mostra surpreso com a sintonia entre o brasileiro e Bobic: "Embora ambos sejam centroavantes que no ataque gostam de jogar com alguém que lhes faça os passes, ambos se dispõem a atuar pelas laterais, prestando assistência mútua", observa o diretor de futebol. "Bobic é gente fina", ressalta Luizão.
A esperança do atacante é que os elogios sejam ouvidos no Brasil, especialmente pelo técnico Carlos Alberto Parreira: "Quero voltar à Seleção e vou lutar por isso".