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Eleito pelos pobres

(as)30 de outubro de 2006

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ganhou as eleições graças ao voto dos brasileiros mais humildes e terá pela frente um segundo mandato com desafios semelhantes ao do primeiro, entre eles o combate à corrupção.

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Brasileiros avaliaram os escândalos de corrupção como pecado menor, escreve jornalFoto: AP

Der Spiegel (Alemanha): Herói dos pobres, queridinho dos mercados financeiros. Ele não decepcionou os pobres do seu país – por isso eles o presentearam com a vitória nas eleições. O presidente brasileiro Lula da Silva, respeitado também pelo mercado financeiro devido à sua política de reformas, quer modificar o sistema político do país.

Frankfurter Allgemeine Zeitung (Alemanha): O homem que abraça o povo. Por Lula esperam agora quatro difíceis anos de governo porque a oposição utilizará como instrumento político para enfraquecê-lo os escândalos de corrupção ainda não esclarecidos. (...) Os pobres, principalmente no Nordeste do país e nas favelas das grandes cidades, continuam formando a base do eleitorado de Lula.

Neue Zürcher Zeitung (Suíça): Lula vê a si mesmo com homem do povo. Ele gosta de falar da sabedoria do povo: o povo sabe melhor, o povo tomará a decisão correta. Por causa de sua origem nordestina, de um ambiente humilde, Lula também é visto pelos seus seguidores como um homem do povo, ele convence. E o balanço de seu governo é visível. O Brasil está no caminho do crescimento econômico: com a inflação baixa e graças a amplas ajudas sociais, as camadas sociais mais pobres também puderam receber sua parte. Elas são a grande reserva de votos de Lula.

Corriere della Sera (Itália): O povo confia em Lula. Quando se observa o resultado da eleição, chega-se à conclusão de que a maioria dos brasileiros considera os escândalos de seu partido e do governo como pecados veniais.

La Repubblica (Itália): A primeira tarefa do novo governo será o desenvolvimento econômico do país. Na comparação com os demais países da América Latina, o Brasil tem um crescimento econômico com a velocidade de uma tartaruga, e isso também porque, nos últimos quatro anos, se optou por uma política econômica muito cautelosa, de controle da inflação, do endividamento e dos gastos do Estado. Isso deverá mudar a partir de amanhã.

Mas Lula da Silva tem pelo menos mais duas tarefas para enfrentar caso queira deixar uma marca na história do Brasil. A primeira é uma reforma da Constituição que garanta a governabilidade do país. A outra tarefa é uma reforma agrária que elimine os grandes latifúndios.

Le Monde (França): Brasileiros oferecem ampla vitória a Lula no segundo turno das eleições presidenciais. O atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, se reelegeu com 60,8 % dos votos contra 39,2 % de seu rival, o social-democrata Geraldo Alckmin, neste domingo, no segundo turno das eleições presidenciais brasileiras.

El País (Espanha): Lula: Brasil vive um momento mágico [manchete do site]. Os desafios do presidente: Lula enfrentará no segundo mandato os mesmos problemas do primeiro: economia, educação, corrupção e reforma agrária. (...) Lula deverá também acabar com a confusão criada nos últimos anos entre Estado e PT. O presidente brasileiro deve renovar uma estrutura de partido centralizada no Estado de São Paulo e dar-lhe um caráter mais nacional.

El Mundo (Espanha): Lula deve sua clara vitória a dois fatores. Primeiro, ele conduziu a batalha eleitoral com meios não muito elegantes. Ele afirmou que seu adversário, Geraldo Alckmin, pretendia privatizar todas as empresas estatais e eliminar os programas de ajuda aos pobres. Segundo, Lula teve sorte porque, antes das eleições, nenhum novo caso de corrupção de sue partido ou de seu governo veio à tona. Nenhum dos candidatos abordou, na disputa eleitoral, os verdadeiros problemas do país.