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Mídia europeia destaca rebelião de presos no Paraná

Luisa Frey25 de agosto de 2014

Decapitação de dois reféns ganha destaque nas manchetes. Publicações falam em "brutalidade extrema", "motim sangrento" e "cadeia superlotada".

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Foto: CNJ

Diversos meios de comunicação europeus deram destaque nesta segunda-feira (25/08) à rebelião iniciada na Penitenciária Estadual de Cascavel neste domingo, em que ao menos quatro presos morreram, dois deles decapitados. A revolta, no oeste do Paraná, começou pela manhã, quando dois agentes penitenciários e seis presos foram feitos reféns.

"Centenas de presos fazem motim e decapitam dois reféns", escreve o portal alemão Spiegel Online. A publicação disse que os presos agiram "com brutalidade extrema". Além dos dois presos decapitados, dois outros foram atirados do telhado do presídio, detalha a notícia, citando informações do jornal Folha de S. Paulo. Segundo a Folha, os presos amotinados dizem pertencer à facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).

O também alemão Süddeutsche Zeitung descreve "o levante por melhores condições na prisão" como "brutal". "Numa cadeia superlotada em Cascavel, duas pessoas foram decapitadas", escreve o jornal. A publicação descreve o PCC como "uma das mais poderosas gangues do país, que já instigou rebeliões sangrentas em prisões diversas vezes".

"Brasil: Motim sangrento na penitenciária de Cascavel", intitula o francês Le Monde. Citando a imprensa brasileira, o jornal diz que os presos exigem "uma melhora da infraestrutura, da alimentação e da higiene". O periódico também faz referência à ONG brasileira Conectas, segundo a qual "o Brasil tem atualmente 548 mil detentos e precisaria de 207 mil lugares adicionais para evitar a superlotação carcerária".

O britânico Daily Mail cita imagens da mídia brasileira que mostraram "ao menos 30 detentos rebeldes gritando enquanto batiam em homens com cordas em volta do pescoço ou com as mãos amarradas atrás do corpo". A publicação também menciona parentes que chegavam à prisão para visitar detentos e "esperavam do lado de fora ao cair da noite, tentando obter informações".

No fim deste domingo, o Departamento Penitenciário do Paraná (Depen) havia dito ainda estar tentando descobrir o motivo da rebelião. Uma suspeita era briga entre facções, mas o órgão paranaense confirmou que os presos também fazem reclamações sobre visitas, alimentação e relação com a direção do presídio.

De acordo com o Depen, o presídio foi depredado e houve queima de colchões, mas ainda não é possível avaliar a extensão dos estragos. Ainda segundo o Depen, o presídio tem capacidade para 1.182 presos e abriga 1.040. O motim envolve cerca de 800 dos 1.040 reclusos da prisão.