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Macron ameaça bombardear Síria em caso de ataque químico

14 de fevereiro de 2018

Presidente da França afirma que, se houver provas concretas do uso de armas químicas contra civis pelo regime sírio, Paris responderá com bombardeios. Damasco e aliada Rússia negam ataques do tipo.

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Emmanuel Macron
Macron: "Se tivermos evidências de que armas químicas são usadas, vamos atacar o lugar onde são feitas"Foto: Getty Images/L.Marin

O presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou nesta terça-feira (13/02) que a França irá atacar a Síria se for provado que armas químicas foram usadas contra civis na guerra civil do país.

"Nossos serviços ainda não estabeleceram prova de que armas químicas foram usadas contra a população civil. Se tivermos evidências de que armas químicas proibidas em tratados [internacionais] são usadas, vamos atacar o lugar onde são feitas", disse Macron, apesar de destacar que a prioridade é a luta contra os jihadistas. 

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Num telefonema com o presidente russo, Vladimir Putin, na última sexta-feira, Macron disse estar "preocupado com indicações que sugerem o possível uso de cloro numa série de ocasiões contra a população civil na Síria nas últimas semanas". Damasco nega usar esse tipo armamento.

Em maio de 2017, durante uma visita de Putin a Paris, Macron já havia advertido que qualquer utilização de armas químicas na Síria desencadearia uma "retaliação imediata" da França.

A Rússia apoia as forças do regime sírio na guerra civil no país, e Putin é visto como o líder estrangeiro com mais influência sobre o presidente Bashar al-Assad. No telefonema da semana passada, Macron e Putin concordaram em cooperar mais estreitamente na busca por uma solução para a Síria.

Histórico de acusações

De acordo com Washington, ao menos seis ataques com cloro foram reportados desde janeiro em áreas controladas pelos rebeldes na Síria, deixando dezenas de feridos. No fim do mês passado, o governo sírio negou ter usado armas químicas, e Moscou afirmou que as acusações são uma "campanha propagandística".

Apesar de, assim como os EUA, a França suspeitar de ataques químicos cometido pelo regime sírio, Paris reforça que ainda não há evidências concretas. Na semana passada, o ministro do Exterior francês, Jean-Yves Le Drian, afirmou que "todas as indicações" sugerem que as forças de Assad estão usando armas com cloro contra forças rebeldes, mas que isso ainda não foi "completamente documentado".

A Síria assinou um tratado internacional que proíbe armas químicas e permitiu que observadores destruíssem seu arsenal de gás tóxico após um acordo alcançado em 2013.

Mesmo assim, o país continuou sendo acusado de usar armas químicas. A ONU esteve entre os que atribuíram ao regime sírio um ataque com gás sarin contra o vilarejo Khan Cheikhoun, controlado pela oposição, em abril de 2017. A investida deixou vários mortos.

Iniciada há sete anos, a guerra civil na síria já deixou centenas de milhares de mortos e forçou metade da população do país, que era de 23 milhões de pessoas antes do conflito, a deixar suas casas.

A França e a ONU pediram repetidas vezes nos últimos meses por um cessar-fogo e a abertura de corredores de ajuda para aliviar a crise humanitária na Síria. Já a Rússia, o mais poderoso aliado de Assad, disse na semana passada que um cessar-fogo não era realista.

LPF/afp/rtr/lusa

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