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Mais uma rebelião com mortes em presídio brasileiro

1 de janeiro de 2018

Motim em Goiás termina com pelo menos nove mortos e fuga de mais de cem presos. Violência ocorre exatamente um ano após revolta em Manaus que inaugurou onda de conflitos em penitenciárias do país.

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Aufsicht in brasilianischen Gefängnissen
Foto: CNJ

Uma rebelião num presídio de Goiânia terminou com pelo menos nove detentos mortos e 14 feridos nesta segunda-feira (01/01/18).

O motim aconteceu na colônia agroindustrial do regime semiaberto do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia. Um preso teria sido decapitado, mais de cem conseguiram fugir.

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O conflito teria acontecido após presos de uma ala invadirem outro pavimento onde estavam detentos rivais, numa disputa pelo controle do crime na região. 

Houve troca de tiros, e colchões foram incendiados. As informações sobre as vítimas são da Secretaria Estadual de Segurança Pública, segundo o jornal Folha de S. Paulo.

A rebelião acontece exatamente um ano depois do motim no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus, que deixou 56 presos mortos.

O motim de então foi seguido de uma onda de rebeliões nas primeiras semanas de janeiro, que resultaram na morte brutal de dezenas de detentos em presídios do Amazonas, Rio Grande do Norte e Roraima, expondo a grave crise nas penitenciárias brasileiras.

As prisões brasileiras seguem superlotadas, com relatos de tortura e maus-tratos, como denunciou a Anistia Internacional no início de 2017.  O número de presos no sistema penitenciário brasileiro somou 726.712 em junho de 2016, segundo o Ministério da Justiça.  Há 352,6 presos por grupo de 100 mil habitantes, em média.

Segundo o ministério, o Brasil é agora o terceiro país com maior número de pessoas presas, atrás de Estados Unidos (2.145.100 presos) e China (1.649.804). O quarto país é a Rússia (646.085). Apenas um estado, São Paulo, tem um terço dos detentos, 240.061.

RPR/ots

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