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Marlene Dietrich recebe homenagem póstuma na Alemanha

Marion Andrea Strüssmann27 de dezembro de 2001

A diva do cinema completaria 100 anos nesta quinta-feira. O presidente da Alemanha depositou uma coroa de flores em seu túmulo. Sua secretária revela que ela pode ter se suicidado com sonífero

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A grande estrela, em 1940Foto: AP

Nesta quinta-feira, o presidente da Alemanha, Johannes Rau, depositou uma coroa de flores no túmulo de Marlene Dietrich, em homenagem ao centenário de seu nascimento. Na ocasião, Rau enalteceu o trabalho da atriz, lembrando que os filmes protagonizados por Dietrich foram vistos e apreciados por milhões de pessoas em todo o mundo.

Marlene Dietrich foi, sem dúvida, a atriz alemã de maior repercussão internacional e também o símbolo sexual de várias gerações. Apesar de todo seu brilho, durante muito tempo ela foi acusada de "traidora da nação" por combater publicamente o nazismo e aceitar a cidadania americana, em 1939.

Em nome de Berlim, cidade natal de Dietrich, o senador Andre Schmitz, que acompanhou o presidente da Alemanha durante a homenagem póstuma, pediu desculpas à atriz pelos anos de hostilidade em decorrência da incompreensão do povo alemão, redimindo o passado injusto. "Dietrich esteve à frente do seu tempo. Ela não traiu a verdadeira Alemanha. Berlim pede desculpas", frisou Schmitz.

Muitas comemorações

Berlim preparou uma série de comemorações em homenagem à diva do cinema alemão. Nesta quinta-feira à noite, acontece uma grande festa onde serão exibidos filmes particulares de Dietrich e também a única cópia de seu legendário concerto em Estocolmo, datado de 1963.

Sexta-feira será o dia da comemoração oficial de aniversário, com um encontro de gala intitulado "Marlene – 100", que promete agitar o cenário artístico e cultural da capital alemã. Além disso, estão em cartaz diversas exposições, como Forever Young, no Museu do Cinema, que apresenta fotos, objetos pessoais e documentos que retratam o estilo de vida de Marlene Dietrich.

Morte por overdose?

A americana Norma Bosquet, que cuidou de Dietrich durante os últimos anos de sua vida, cogitou a possibilidade de a atriz ter morrido de overdose. Após sofrer dois derrames cerebrais, Dietrich não tinha mais condições de ficar sozinha em seu apartamento. "Ela precisava ser transferida para um asilo e ouviu o quanto falávamos sobre isso", revelou Bosquet.

Para fugir de tal destino, a diva alemã teria ingerido uma dose elevada de comprimidos para dormir. "Ela havia me pedido para colocar os remédios ao seu alcance. Quanto soube de sua morte e fui ao apartamento, os comprimidos não estavam mais lá", resumiu a ex-secretária de Dietrich.

Norma Bosquet fora contratada em 1977 para ajudar Marlene Dietrich a redigir suas memórias. Com o tempo, tornaram-se amigas e foi Bosquet quem cuidou da atriz até sua morte. "Ela só era feliz no palco", lembrou a americana, que durante 12 anos visitou Dietrich diariamente em seu apartamento parisiense. " Eu a ajudei porque ela precisava de alguém".

Marlene Dietrich, cujo nome de batismo era Maria Magdalena von Losch, nasceu no dia 27 de dezembro de 1901, em Berlim, e morreu no dia 6 de maio de 1992, em Paris, aos 90 anos.

Datas marcantes em sua vida

  • 27 de dezembro de 1901: Nascimento de Maria Magdalena von Losch, em Berlim.
  • 1912: Maria Magdalena cria seu pseudônimo Marlene a partir da junção de seus dois prenomes.
  • 1922/1923: Marlene faz curso de três meses na escola de Arte Dramática e estréia nos palcos e no cinema.
  • 17 de maio de 1923: Casamento com Rudolf Sieber.
  • 13 de dezembro de 1924: Nascimento de sua filha Maria.
  • 1927: Protagoniza o filme Wenn ein Weib den Weg verliert.
  • 1929:Assina contrato para gravar O Anjo Azul, sob direção de Josef von Sternberg.
  • 1º de abril de 1930: estréia de O Anjo Azul, em Berlim. No dia seguinte, Marlene embarca de navio para os Estados Unidos, onde fixa residência em Beverly Hills.
  • 14 de novembro de 1930: Estréia de Marrocos, do diretor Josef von Sternberg, primeira produção americana de Dietrich.
  • 1935: Após sete longas-metragens, a diva deixa de filmar com o diretor alemão.
  • 9 de junho de 1939: Dietrich recebe a cidadania americana.
  • 1944/1945: Marlene realiza shows para as tropas americanas estacionadas na Europa.
  • 1953: Primeiro show solo em Las Vegas.
  • 1960: Marlene volta a se apresentar na Alemanha e sofre repúdio de grande parte da população, que a considera uma "traidora da pátria", por ter se aliado aos americanos durante a 2ª Guerra Mundial.
  • 14 de dezembro de 1961: Estréia mundial do filme Julgamento em Nurembergue.
  • 1975: Última turnê de Dietrich.
  • 1976: Marlene se recolhe em seu apartamento parisiense e anuncia que escreverá suas memórias.
  • 1978: Última aparição no cinema, ao lado de David Bowie, no filme Apenas um Gigolô.
  • 1979:Lançamento de sua autobiografia.
  • 1984: Maximilian Schell lança o documentário sobre a vida da diva, com participação da voz da atriz e imagens de arquivo.
  • 6 de maio de 1992: Morte de Marlene Dietrich, aos 90 anos, em Paris.
  • 16 de maio de 1992: Sepultamento de Marlene Dietrich em Berlim.