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Meio ambiente paga pelos vôos baratos

jt / lk7 de novembro de 2002

Para o cliente, está cada vez melhor: várias empresas aéreas oferecem vôos baratos para as mais diferentes cidades européias, com promoções tentadoras.

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Os aviões poluem consideravelmente o meio ambienteFoto: BilderBox

"Seu táxi para a Itália chegou", anuncia em outdoors uma das empresas que oferecem vôos quase a troco de banana (neste caso, a partir de 19,90 euros) para as mais diferentes cidades européias. A competição acirrada entre as companhias de aviação está assumindo traços grotescos e possibilitando ao cliente voar quase de graça. Nenhum outro meio de transporte permite viajar por um preço tão baixo. Mas também, nenhum outro tem maior impacto sobre o meio ambiente, alertam os críticos da expansão do tráfego aéreo.

Aquecimento global

Quem prefere utilizar o avião para uma viagem, em vez de trem, presta uma contribuição entre dez e 20 vezes maior para o aquecimento global, argumentam ambientalistas da organização BUND (Liga do Meio Ambiente e da Proteção à Natureza). Já as empresas aéreas afirmam que os modernos jatos são os veículos que menos produzem poluição ambiental, quando se faz o cálculo por passageiro.

Acontece que cientistas holandeses calcularam que o impacto causado por um avião com 400 passageiros a bordo, numa viagem de 6000 quilômetros (entre Frankfurt e Chicago), corresponde a 43 euros por viajante.

Esses cálculos, no entanto, são controversos, porque dependem muito do ponto de vista e dos interesses de quem os realiza.

Subvenção milionária

O barateamento dos vôos não é apenas resultado da competição entre as empresas. Outra razão para os preços baixos é o fato de que o querosene, o combustível das aeronaves, não é tributado. E os vôos para outros países da União Européia são isentos, na Alemanha, do imposto sobre o valor agregado. O governo federal, no entanto, quer cancelar essa subvenção que, no momento, custa sete bilhões de euros aos cofres públicos.

As perspectivas para o meio ambiente são péssimas: segundo estimativas do governo alemão, o tráfego aéreo duplicará até o ano 2015. As trilhas de condensação contribuem para a formação de nuvens, a emissão de dióxido de carbono triplicará. E isso sem falar da poluição sonora, que afetará sobretudo os moradores das redondezas de aeroportos.

Impostos em prol do meio ambiente

Durante muito tempo, o impacto do tráfego aéreo sobre o meio ambiente pouco foi levado em consideração. Quando as negociações sobre um acordo internacional de proteção ao clima começaram, o movimento no espaço aéreo era bem menor do que atualmente. Esta a razão de as empresas aéreas não serem sequer citadas no Protocolo de Kyoto.

Seria possível submeter a utilização do espaço aéreo como via de transporte a uma tributação alta. Mas isso exige uma regulamentação internacional. Outra possibilidade seria escalonar as taxas de aterrissagem de acordo com a poluição sonora ou o impacto sobre o meio ambiente. Mas uma coisa é certa: com isso, os preços subiriam consideravelmente. Se o tráfego aéreo passar a ser tributado segundo o impacto sobre o meio ambiente, seria impossível comprar um bilhete de ida e volta da Alemanha para Nova York por 300 euros.