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Meios de comunicação, política e a era digital

Matthias von Hein (cn)22 de junho de 2015

Como redes sociais intervêm na política? Como o constante fluxo de informação da era digital muda os meios de comunicação? Essas perguntas são algumas que serão discutidas no oitavo Global Media Forum, em Bonn.

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Quando Barack Obama escreve no Twitter, sua mensagem chega a cerca de 60 milhões de pessoas. O presidente dos Estados Unidos é o usuário da rede social com o maior número de seguidores. Depois dele, vem o papa Francisco. Somados as nove contas em diferentes línguas, o pontífice possui aproximadamente 20 milhões de seguidores. O terceiro lugar fica com o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, com 13 milhões.

A internet e as redes sociais se tornaram instrumentos importantes na política e na diplomacia. Mais de 170 chefes de Estado e de governo possuem uma conta no Twitter. Ao mesmo, os governantes interferem massivamente em acontecimentos políticos por meio de redes sociais, como blogs e microblogs, e através do compartilhamento de informações, imagens e vídeos. A revolução digital chegou à política – e a virou do avesso.

Revolução digital e política

A relação entre meios de comunicação e política externa na era digital é tema da Deutsche Welle. Durante três dias, a partir desta segunda-feira (22/06), mais de 2 mil participantes, entre eles mais de 500 jornalistas, de 130 países, estarão reunidos em Bonn para discutir essa questão durante o Global Media Forum (GMF).

Os aproximadamente 40 painéis do evento abrangem uma ampla gama de temas. Como é possível evitar o mau uso da internet para propaganda extremista? Quais são os riscos de segurança ocasionados por conflitos sobre recursos naturais, como petróleo e água? Uma simulação de computador mostra como notícias sobre determinado conflito podem influenciá-lo. Há ainda uma pesquisa sobre como o conflito na Ucrânia não é somente conduzido com armas, mas é também uma guerra de informações e propaganda.

Ralf Nolting
Nolting: GMF preenche a lacunaFoto: DW

Para Ralf Nolting, um dos chefes da DW Media Services que organiza o Global Media Forum, o evento preenche a lacuna entre especialistas, meios de comunicação e usuários. "Nós constatamos nos vários GMF que muitos especialistas reunidos lá sempre diziam o quanto é importante que os resultados dessa conferência especial alcancem um público mais amplo", afirma o organizador, acrescentando que recebeu muitos feedbacks positivos de jornalistas que participaram do encontro.

De acordo com Nolting, esses jornalistas transformaram os conhecimentos adquiridos no GMF diretamente em notícias. "Quando somamos o alcance do Global Media Forum nos meios de comunicação representados no evento, nós ficamos bastante surpresos com o imenso número de pessoas que alcançamos mundialmente graças a esses multiplicadores, que nós convidamos para vir a Bonn".

Nolting está animado, especialmente, com dois convidados: Vitali Klitschko, o ex-boxeador que agora é prefeito de Kiev, e Scilla Elworthy, que vai fazer uma palestra no encerramento do GMF. "Três vezes nomeada ao Nobel da Paz, fundadora do Oxford Research Group. Uma mulher que se dedica a fazer líderes políticos e econômicos refletirem e realizarem o necessário para que a vida possa continuar existindo nesse planeta", diz Nolting.

DW Freedom of Speech

Como em todos os anos, a cerimônia de premiação do The Bobs será realizada durante o Global Media Forum. Entre os premiados deste ano está a blogueira Rafida Bonya Ahmed, de Bangladesh. Ela deu continuidade ao trabalho do marido Avijit Roy que foi brutalmente morto em fevereiro.

Rafida Ahmed
Rafida Bonya Ahmed recebe prêmio de ativismo onlineFoto: Reuters/Str

Pela primeira vez será entregue o prêmio na categoria Freedom of Speech (Liberdade de Expressão). O vencedor deste ano foi o blogueiro saudita Raif Badawi, que atualmente está preso na Arábia Saudita. Há anos ele luta pela liberdade de expressão no seu país.

Em seu site Liberais sauditas livres, Badawi aponta abusos políticos e sociais na Arábia Saudita. Ele foi preso pela primeira vez há sete anos sob o pretexto de iniciar uma "página eletrônica" que insulta o islã. Em maio de 2014, o ativista de 31 anos foi condenado pela justiça saudita a mil chibatadas, dez anos de prisão e a uma multa de cerca de 200 mil euros.

Enquanto apenas conteúdos considerados pelo governo "corretos" sejam divulgados, a dinastia saudita é aberta ao Twitter. O próprio rei Salman possui mais de 3 milhões de seguidores na rede social.