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Mel em perigo

(ms)5 de março de 2003

Os apicultores alemães enfrentam um grave problema. Suas abelhas estão morrendo. O principal responsável é o ácaro Varroa Jacobsoni que provoca danos nas colméias, ocasionando a queda da produção de mel em todo o país.

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Abelhas estão cada vez mais escassas na AlemanhaFoto: AP

A doença que está exterminado as colméias tem nome: varroatose. Segundo estimativa dos apicultores alemães, somente no ano passado eles perderam em média cerca de 40% de suas colônias de abelhas. O principal causador é o microscópico, mas tremendamente prejudicial, ácaro Varroa Jacobsoni.

Varrora Milbe
Ácaro Varroa Jacobsoni

O parasita de cor castanho-avermelhada tem uma forma oval, um aparelho bucal adaptado para picar e sugar e mede cerca de 1,2mm de comprimento e 1,6mm de largura, ou seja, é do tamanho de uma cabeça de alfinete.

Em 2002, os apicultores alemães perderam em média 80 milhões de euros com a doença que está acabando com as abelhas, revelou Peter Rosenkranz, diretor do Instituto de Apicultura da Universidade de Hohenheim. Essa perda traz conseqüências negativas tanto para os produtores quanto para os consumidores. Como a quantidade está diminuindo, o mel alemão tende a custar mais caro, explicou Rosenkranz à DW-WORLD.

Honig
MelFoto: AP

O consumo anual de mel na Alemanha é de 110 mil toneladas, o maior do mundo, ao lado do Japão. Cada cidadão consome em média 1,3 quilo de mel por ano. Os cerca de 86 mil apicultores cobrem apenas 20% do consumo interno com a produção de mel oriunda das mais de 900 mil colméias espalhadas pelo país. O restante é importado especialmente do México e da Argentina, mas também da França, Espanha e Itália.

Luta difícil

A luta contra o parasita é problemática. "No último ano, o combate não funcionou como esperado. Os ácaros conseguiram se proliferar devido à umidade excessiva no verão", disse Rosenkranz, acrescentando que o alastramento do parasita dificulta sua erradicação.

O ácaro Varroa Jacobsoni não atinge apenas a apicultura alemã. Enxames de outros países europeus como Dinamarca, Suíça, Áustria e Portugal também estão sendo atacados pelo parasita.

Extermínio em massa

Imker mit Bienen
Apicultor com um enxame de abelhasFoto: AP

A varroatose não é uma doença desconhecida na Alemanha. Há cerca de 20 anos, o parasita, que tem origem no sudeste asiático, foi identificado no país. Desde então, os apicultores lutam pela sobrevivência de suas abelhas, muitas vezes sem sucesso.

A Varroa se alimenta do sangue das larvas afetando seu desenvolvimento sadio. Com isso, as abelhas crescem apresentando deficiências variadas, como asas atrofiadas ou abdômen deformado. Por não conseguirem desempenhar bem suas funções dentro da colméia, as abelhas com anomalias acabam prejudicando toda a colônia.

A conseqüência é a morte da colméia, o que pode ocorrer dois a três anos mais tarde, quando o número de varroas atingir a casa dos dez mil, infectando a maioria das abelhas.