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Memorial ganha museu dedicado a campo soviético de prisioneiros

(lk)7 de dezembro de 2001

Responsáveis por museu sobre a história de um dos campos instalados pelos soviéticos em sua zona de ocupação na Alemanha, após a 2ª Guerra Mundial, a ser inaugurado no domingo, estão sendo confrontados com críticas.

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Sala do novo museu em SachsenhausenFoto: AP

Será inaugurado no domingo (9), no Memorial do Campo de Concentração de Sachsenhausen, em Oranienburg, no leste da Alemanha, um novo museu dedicado à história do "campo especial soviético nº7/nº1". Os cerca de 600 objetos expostos informam sobre o maior dos campos instalados na então Zona de Ocupação Soviética, após a Segunda Guerra Mundial.

Entre 1945 e 1950, estiveram internados no campo cerca de 60 mil prisioneiros do serviço secreto soviético NKWD, dos quais 12 mil morreram de fome, doenças ou maltratos. Partindo das biografias de 27 prisioneiros, a exposição exemplifica as condições carcerárias, mostrando ainda objetos pessoais, registros de óbitos e mensagens secretas que os presos tentavam passar para suas famílias.

O campo de concentração de Sachsenhausen fora criado em 1936 como instituição modelo da SS. Até 1945, 200 mil pessoas foram aprisionadas lá pelos nazistas durante a Guerra. Milhares morreram, muitas das quais nas câmaras de gás instaladas em 1943. Três meses depois da Guerra, os soviéticos passaram a utilizar as instalações, com exceção das câmaras de gás e do crematório, como campo especial.

Críticas

– O Ministério do Exterior da Rússia acusou o Memorial de Sachsenhausen de querer abrandar os crimes praticados pelos nazistas, por meio da exposição sobre o campo soviético. Nada justifica "a intenção dos organizadores de colocar no mesmo patamar os crimes do nazismo e os atos praticados pelos soviéticos em sua condição de potência de ocupação, no âmbito da política de desnazificação e desmilitarização estabelecida de comum acordo pelas potências vencedoras da Guerra", declarou Alexander Iakovenko, porta-voz do ministério russo.

O diretor do novo museu, Günter Morsch, rechaçou a crítica, alegando que a exposição permanente foi organizada em estreita cooperação com o Arquivo Estatal da Rússia.

Vítimas do antigo partido comunista da Alemanha Oriental (SED) criticaram igualmente o museu por diminuir, em sua apresentação, "o sofrimento dos inocentes" presos no campo soviético.

A inauguração, no domingo, contará com a presença de Jutta Limbach, presidente do Tribunal Constitucional Federal, Johanna Wanka, secretária da Cultura do estado de Brandemburgo, e de vários ex-prisioneiros.