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Merkel pede que Grécia acelere a acomodação de refugiados

5 de março de 2016

Para jornal alemão, chanceler federal diz que Atenas precisa cumprir com a promessa de alojar 50 mil migrantes e promete ajuda da UE. Ela pressionou ainda pela redistribuição de refugiados nos 28 países do bloco europeu.

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Foto: Reuters/M. Djurica

A chanceler federal alemã, Angela Merkel, afirmou que a Grécia precisa trabalhar mais rápido na acomodação dos migrantes e refugiados. Além disso, ela voltou a pleitear um programa europeu de redistribuição dos requerentes de asilo ao longo dos 28 estados-membros da União Europeia (UE).

"Originalmente, a Grécia deveria ter criado 50 mil vagas em alojamentos para os refugiados até o fim de 2015", disse Merkel, em trechos antecipados neste sábado (05/03) pelo semanário dominical alemão Bild am Sonntag.

Dezenas de milhares de migrantes seguem impedidos de seguir viagem nas fronteiras da Grécia, um terço deles na cidade de Idomeni, próximo à Macedônia. A situação é resultado de medidas implementadas pela Áustria e por alguns países dos Bálcãs em limitar a entrada diária de migrantes em seus territórios.

"O acúmulo [de refugiados] tem que ser resolvido agora na velocidade da luz, porque o governo grego tem de garantir alojamentos decentes", disse a chanceler federal. Ela também voltou a prometer a Atenas ajuda da União Europeia para lidar com a crise.

Enquanto a Alemanha oficialmente alega que pretende apoiar a Grécia, o ministro do Interior alemão, Thomas de Maizière, afirmou que Berlim não irá unilateralmente reassentar migrantes diretamente da Grécia.

"A política de aceitar migrantes através da Europa começou, entre outros lugares, na Grécia", disse o ministro ao diário alemão Passauer Neue Presse. "A Alemanha, em particular, tem suportado o peso do fardo. A política de 'boas-vindas' já terminou e deve continuar assim."

Merkel, porém, voltou a pressionar por um programa europeu de redistribuição de requerentes de asilo em todos 28 países-membros do bloco. Cerca de 1,1 milhão de pessoas procuraram por refúgio, principalmente de conflitos no Oriente Médio, na Europa em 2015.

O líder bávaro Horst Seehofer, da União Social Cristã (CSU) – tradicional aliada da União Democrata Cristã (CDU), de Merkel – disse que o bloqueio implementado pela Áustria e outros países tem beneficiado a Alemanha devido ao número reduzido de migrantes chegando ao país.

Erdogan propõe cidade de refugiados

Enquanto isso, o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, propôs a construção de uma cidade especial para sírios que estariam fugindo da guerra civil. A ideia é criá-la dentro da própria Síria.

"Vou lhe dizer uma coisa: qual é a fórmula? Fundaremos uma cidade no norte da Síria", escreveu a agência estatal de notícias Anadolu citando o presidente turco.

A cidade teria 4.500 metros quadrados e poderia ser construída em conjunto com a comunidade internacional, e refugiados poderiam ser abrigados lá, sugeriu Erdogan, acrescentando que ele discutiu o plano com o presidente dos EUA, Barack Obama.

Os comentários do presidente turco antecedem a cúpula que reunirá líderes de Turquia e União Europeia, em Bruxelas, nesta segunda-feira. Ancara tem sugerido a tempo aos seus aliados ocidentais a criação de uma zona de segurança dentro da Síria para abrigar refugiados.

Mais de 2,7 milhões de pessoas fugiram da Síria à Turquia, e Ancara tem se queixado da falta de apoio internacional para cuidar dos refugiados. Recentemente, a União Europeia concordou em fornecer aos turcos 3 bilhões de euros em ajuda. ]

Em troca, a Turquia teria de conter o fluxo de migrantes à Europa. O desfecho deste acordo deve ser o ponto alto desta próxima cúpula.

PV/afp/rtr/dpa