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Metalúrgicos ensaiam fim da crise

Estelina Farias29 de agosto de 2003

Sindicato dos Metalúrgicos alemães inicia debate para encerrar o drama gerado pela derrota da greve de quatro semanas no Leste pela jornada semanal de 35 horas. Novo presidente e vice da categoria serão eleitos domingo.

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Líder Jürgen Peters sorri confiante numa vitória no domingoFoto: AP

É tido como certo que os 598 delegados reunidos em Frankfurt vão eleger para a presidência do IG Metall o até agora segundo homem do poderoso sindicato alemão, Jürgen Peters, e para vice o reformista Berthold Huber. Com a eleição, deverá se encerrar o drama que se abateu sobre a organização da categoria com a greve fracassada no Leste, na luta pela jornada semanal de 35 horas de trabalho. Esta conquista já foi alcançada em 1995 pelos trabalhadores das indústrias metalúrgicas na parte ocidental alemã.

Até a eleição da nova cúpula da organização dos metalúrgicos, são esperados debates virulentos sobre a debacle da categoria na região da ex-República Democrática Alemã, de regime comunista. O provável futuro presidente, Peters, iniciou a discussão nesta sexta-feira (29) assumindo seu próprio erro: "com a greve, nós contribuímos para o enfraquecimento e não para o fortalecimento do sindicato". Ele havia sido apontado como responsável pelo desastre no Leste, por ter deflagrado a greve no momento errado e sob promessas falsas.

Peters era o vice de Claus Zwickel, que presidiu o IG Metall durante dez anos e renunciou em julho passado. Na ocasião, Zwickel advertiu contra a candidatura do dueto Peters-Huber, a qual qualificou como "um salto mortal", mas deparou-se com a incompreensão das bases e foi voto vencido na indicação oficial dos candidatos.

Motivos da derrota

– Agora, na abertura dos debates, Peters, de 59 anos, citou três motivos para a derrota dos metalúrgicos no Leste. "O sindicato superestimou o número de empresas em condições de enfrentar uma paralisação, houve falha de comunicação no processo e, por último, faltou determinação", disse ele na presença do ex-presidente Zwickel.

Peters exortou os companheiros a agirem com determinação daqui pra frente. Ao mesmo tempo, fez duras críticas à Agenda 2010 do chanceler federal, Gerhard Schröder. O pacote de reformas vai reduzir as conquistas sociais, destacou sem, todavia, anunciar protestos públicos.

Divergências permanecem

- Os líderes metalúrgicos permanecem, enquanto isso, sem um consenso sobre uma conduta do sindicato frente aos planos de reforma em discussão no gabinete social-democrata e verde. Pelo contrário, na véspera da eleição sindical, o futuro vice, Berthold Huber, distanciou-se dos protestos contra as reformas que o iminente presidente havia prometido anunciar. Também ao contrário de Peters, o ex-presidente Zwickel foi muito aplaudido pelos delegados no centro de conferências em Frankfurt.

Zwickel renunciou, no auge da crise do Sindicato dos Metalúrgicos, em 21 de julho, porque não conseguiu impedir a candidatura do seu vice, Peters, como candidato à sua sucessão na presidência da organização. Zwickel já havia decidido não se candidatar mais para a presidência do sindicato na eleição prevista para outubro e preferia ver como seu sucessor o chefe do influente Sindicato dos Metalúrgicos do Estado de Baden-Württemberg, Berthold Huber, de 53 anos. Mas Zwickel fracassou na tentativa de impor a candidatura de Huber, integrante da ala reformista, e a eleição foi antecipada para este fim de semana.

As bases preferiram Peters. A cúpula sindical teve então de curvar-se à vontade dos trabalhadores nas empresas e indicou Peters para disputar a presidência e Huber para a vice. Peters é tido como um bom orador e teimoso. Outros o consideram um tradicionalista.