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Metalúrgicos exigem de 5% a 7% de aumento

Neusa Soliz10 de dezembro de 2001

O Sindicato dos Metalúrgicos anunciou suas reivindicações, pondo fim aos anos de "trégua" com os empresários, em que os trabalhadores se conformaram com aumentos modestos, para incentivar a criação de empregos.

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Klaus Zwickel, presidente do Sindicato dos MetalúrgicosFoto: AP

Ignorando os chamados à contenção, para não agravar a conjuntura econômica, o Sindicato Alemão dos Metalúrgicos (IG-Metall) pretende exigir aumentos salariais entre 5% e 7% em 2002. A decisão foi tomada hoje pelo diretório nacional, em Frankfurt, e será encaminhada aos distritos. Um aumento nessa faixa não seria "apenas justo, como apropriado e financiável", nas palavras de Klaus Zwickel, presidente do IG-Metall.

As condições seriam favoráveis no setor metalúrgico, segundo Zwickel, para quem aumentos salariais fortalecem a demanda e o consumo, o que dá impulso à conjuntura econômica. Os metalúrgicos depositam grandes esperanças nas negociações, em vista dos pequenos aumentos nos últimos anos.

Acabou a colher de chá - A política de moderação foi a contribuição dos sindicatos alemães no combate ao desemprego e para a criação de novos empregos. Ao que tudo indica, a reivindicação do poderoso Sindicato dos Metalúrgicos marca uma virada no movimento sindical. Como há mais corte de empregos do que criação de novos postos de trabalho, acabou a colher de chá aos patrões e empregadores.

O representante dos empresários do setor metalúrgico, Martin Kannegiesser, rechaçou com veemência a reivindicação, que considerou descomedida, fora da realidade econômica e um mal exemplo para outros ramos da economia. Para Dieter Hundt, presidente da Confederação Alemã dos Empregadores, a exigência é irresponsável. "Quem ignora a situação crítica em que muitas empresas se encontram e o aumento do número de desempregados, perdeu o senso de realidade", afirmou.

O justo valor do trabalho - Além de aumentos, o sindicato quer negociar um "acordo básico conjunto de remuneração para operários e funcionários da administração", por considerar injusta e ultrapassada a existência de duas tabelas separadas. "O valor do trabalho finalmente deve ser avaliado de forma justa", disse Zwickel, que não pretende abrir mão de um primeiro passo nesse sentido.

O último acordo salarial esgota-se em fevereiro de 2002. Ele previa aumento de 3% a partir de maio de 2000 e de 2,1%, a partir de maio deste ano. O sindicato aprovará definitivamente a reivindicação para os 3,6 milhões de metalúrgicos em 28 de janeiro. As negociações salariais começam em meados de fevereiro.

Indiretas para Schröder - O chefe de governo alemão, Gerhard Schröder, disse hoje em Berlim que não pretende se imiscuir na disputa entre empresários e sindicatos sobre os aumentos. Zwickel observou, porém, que o governo deveria ter grande interesse em ver os trabalhadores satisfeitos nas negociações. "O clima da campanha eleitoral vai depender muito disso", acrescentou, referindo-se às eleições para o Parlamento, em 2002. O Partido Social Democrático, presidido por Schröder, é tradicional aliado do movimento sindical alemão.