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Microférias no útero

Vanessa Fischer19 de julho de 2002

Como trabalharemos no futuro? Seremos substituídos completamente por robôs? Viraremos escravos da técnica avançada? Uma exposição na cidade de Dortmund procura dar respostas a estas perguntas fundamentais.

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A "nuvem congelada" como visão de uma "sala de reuniões" no futuroFoto: DW

O dia-a-dia de trabalho em escritórios no mundo inteiro tem muito em comum: cada indivíduo em frente de um computador, sentado em assento geralmente duro e desconfortável. O resultado na maioria dos casos: vista cansada, problemas de coluna e sintomas de stress.

Imagine-se agora um escritório com um refúgio para recuperar as forças físicas e mentais. O chamado "útero" é uma sala iluminada por uma escala de cores, onde as paredes são revestidas com uma gaze branca e macia. No centro, a alma estressada relaxa numa poltrona ergonômica ao som de música tranqüila.

"Tudo isto parace brincadeira esotérica, mas não é", explica Dr. Gerhard Kilger, diretor da exposição. "Existem estudos de neurologistas e psicólogos provando que estes métodos funcionam como uma espécie de microférias para a alma e o corpo."

A exposição Visão 21 — Como queremos trabalhar amanhã? procura mostrar alternativas ao mundo de trabalho de hoje. Organizada pelo Instituto Federal de Segurança no Trabalho, ligado ao Ministério do Trabalho, ela é a primeira na Europa a dedicar-se a uma visão de como o homen se posiciona no mundo de trabalho do século 21.

O homem ocupa o centro do futuro mundo de trabalho

Por conseguinte toda a exposição é voltada para o ser humano, o que ao mesmo tempo corresponde à visão do trabalho no futuro. "No século passado, os monopólios técnicos ainda dominavam a concorrência no mercado mundial. Este modelo foi superado pelas técnicas de informação e comunicação. Hoje, e ainda mais no futuro, o importante será o potencial do homem atrás da técnica, ou seja, o homem como principal fator econômico", afirma Kilger.

A técnica em função da antropologia. Este lema é bem ilustrado na exposição através de 18 pessoas que introduzem suas profissões em diversos ramos. Por exemplo, no caso de uma ourives que trabalha numa mesa ergonômica, ou um arquiteto que no futuro não desenvolverá seu projeto no papel mas com a ajuda de um programa de animação que constrói espaços virtuais.

Fundamental: O aspecto social no trabalho

Todos os exemplos dados transmitem ao público além do mais a mensagem de que o fator social e comunicativo no trabalho continuará sendo essencial.

Por isso, para estimular a atmosfera comunicativa em reuniões, Kilger recomenda a "nuvem congelada". Em vez de se agrupar ao redor de uma mesa estática, os participantes sentam-se em uma espécie de poltrona múltipla de silicone.

"Quando apresentamos a nuvem a empresários, eles ficaram convencidos da idéia. Muitos já constataram que, para a eficiência do funcionário, o bem-estar é essencial", explica Kilger.

E, ligada à eficiência, está a criatividade. Esta é simbolizada pelo mundo arcaico. O espectador entra em uma sala completamente escura, com apenas seis máscaras africanas esculpidas. A criatividade é futuramente o potencial mais rico que o homem tem e do qual os países industralizados, na opinião de Kilger, vêm sofrendo uma certa deficiência. "Os países do Terceiro Mundo neste ponto nos poderiam ser um exemplo."

A exposição Vision 21 encontrou uma concepção equilibrada entre utopia e realismo e convida o público a participar da discussão sobre o futuro modo de trabalhar.

Ela está aberta ao público até o dia 29 de dezembro.