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Milícia sequestra centenas de crianças no Sudão do Sul

1 de março de 2015

Após refazer estimativas, Unicef diz que número de meninos sequestrados é maior que o divulgado na metade de fevereiro. Agência estima que ao menos 12 mil jovens sejam usados na guerra civil do país.

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Foto: Getty Images/AFP/H.McNeish

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) afirmou neste domingo (01/03) que centenas de meninos foram sequestrados em meados de fevereiro no Sudão do Sul. A agência refez a estimativa divulgada na semana passada, quando disse que 89 adolescentes haviam sido capturados na cidade Wau Shilluk, no norte do país.

"A organização acredita agora que o número de crianças pode estar na casa das centenas", afirmou o Unicef por meio de um comunicado. A agência acredita que o grupo de sequestradores possa ter ligação com os militares do país e que seja de uma milícia alinhada às forças do Exército Popular de Libertação do Sudão (SPLA).

Em meados de fevereiro deste ano, homens armados fizeram buscas de casa em casa para levar à força todos os garotos acima de 12 anos. Desde dezembro de 2013, o Sudão do Sul é abalado por uma disputa de poder entre o presidente do país, Salva Kiir, e seu ex-vice, Riek Machar. O conflito é ainda mais acirrado pelo fato de os adversários pertencerem a diferentes grupos étnicos.

Os últimos sequestros, no entanto, foram liderados por Johnson Oloni, chefe de uma milícia aliada ao governo. De acordo com a agência de notícias AP, Kiir convocou Oloni para uma reunião na capital, Juba. Para o Unicef, a milícia de Oloni está fora de controle.

"Tememos que eles estejam indo da sala de aula para a linha de frente do conflito", afirmou Jonathan Veitch, representante do Unicef no Sudão do Sul. "O Unicef apela a Johnson Oloni para que deixe as crianças voltarem para a escola e para as suas famílias, imediatamente."

O Unicef estima que ao menos 12 mil crianças sejam usadas por ambas as partes na guerra civil no Sudão do Sul. O conflito em curso já deixou dezenas de milhares de mortos e mais de um milhão de deslocados. O Sudão do Sul declarou independência do Sudão em 2011.

FC/ap/afp