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Ministro alemão defende na ONU ação militar antiterror

Marion Andrea Strüssmann12 de novembro de 2001

Joschka Fischer discursou na ONU e reiterou o apoio alemão à participação militar na luta contra o terror.

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A luta contra o terrorismo não terá êxito sem ação militar no Afeganistão, declarou o ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Joschka Fischer. "Somente os meios civis não são mais suficientes para acabar com o terror e a violência", frisou Fischer, em seu discurso proferido na 56ª Assembléia Geral das Nações Unidas, nesta segunda-feira, em Nova York.

Com relação aos ataques militares contra a milícia talibã no Afeganistão e os extremistas muçulmanos partidários de Osama bin Laden, o ministro alemão foi categórico: "Sem uma participação militar não há condições de reverter este quadro". Não reagir seria, a seu ver, a pior escolha. A omissão representaria um convite para o surgimento de novas ondas de terror, colocando em risco a paz mundial. "A ameaça de bin Laden, de fazer uso de armas nuclerares, demonstra o quão dramática é a situação no momento", salientou Fischer.

Importância da ONU - O ministro alemão voltou a ressaltar a importância do papel da ONU no Afeganistão. "As Nações Unidas devem estar presente em todos os esforços em prol da paz. Sua atuação é indispensável para a garantia de acordos políticos internos que estão por vir no Afeganistão."

Somente a ONU seria capaz de dar ampla legitimidade para as ações contra o terrorismo e oferecer os instrumentos necessários para a solução de conflitos políticos, salientou Fischer. Ele também reiterou a disposição da Alemanha e da União Européia em contribuir para o processo de paz e apoiar a reconstrução econômica e política no Afeganistão".

Ajuda humanitária - Fischer exigiu ainda que a ajuda humanitária não seja esquecida. "Nós precisamos pensar em todas as possibilidades plausíveis para prestar ajuda à população civil e também aos refugiados. Seria possível, por exemplo, criar zonas de proteção humanitária? Ou transformar Cabul em uma cidade aberta?", ponderou o ministro alemão, lembrando ainda que a proximidade do rigoroso inverno exige uma atuação imediata em prol do povo afegão.

Reunião prorrogada - A guerra, o futuro político e a situação da população do Afeganistão, bem como a luta contra o terrorismo, são os assuntos em pauta na Assembléia da ONU deste ano, que, excepcionalmente, foi prorrogada de setembro para novembro, por causa dos atentados ocorridos nos Estados Unidos, em 11 de setembro.

Na terça-feira, o Conselho de Segurança da ONU irá tratar da atual situação no Afeganistão. Embora a Alemanha não esteja, no momento, entre os quinze membros da agremiação, o ministro Joschka Fischer estará participando da reunião aberta a outros países. A União Européia e a Alemanha também estarão opinando sobre o futuro do Afeganistão.

Obrigação alemã - A solução de conflitos regionais no Oriente Médio seria outro fator importante na luta contra o terrorismo, segundo Fischer. Ele voltou a frisar o compromisso alemão perante Israel e seu inviolável direito à existência, bem como a responsabilidade alemã pelo direito palestino a um Estado próprio.