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Ministro da Defesa renuncia em meio a auge de violência no Afeganistão

7 de agosto de 2012

Renúncia veio após decisão do parlamento pela destituição. Abdul Rahim Wardak ocupou o cargo por dez anos e deixa agora o presidente Hamid Karzai em situação difícil. Violência atinge ponto mais crítico desde 2001.

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Afghan Defense Minister Abdul Rahim Wardak speaks during a news conference in Kabul August 7, 2012. Wardak resigned on Tuesday after losing a no-confidence vote in parliament on his handling of security and being relegated to an acting role as President Hamid Karzai searched for a replacement. REUTERS/Mohammad Ismail (AFGHANISTAN - Tags: MILITARY POLITICS)
Afghanischer Verteidigungsminister Wardak tritt zurückFoto: Reuters

Abdul Rahim Wardak, ministro da Defesa do Afeganistão, renunciou ao cargo nesta terça-feira (07/08). O anúncio foi feito três dias após o político ter sido dispensado pelo parlamento por conta de controversos bombardeios e uma deterioração perceptível da segurança nacional.

"Eu respeitei a decisão do parlamento de me nomear duas vezes ministro da Defesa e agora aceito a decisão do parlamento de me remover ", declarou Wardak à imprensa. "Deixarei todas as razões para a minha destituição para a história e para o povo afegão julgar."

Neste sábado (04/08), o parlamento aprovara um voto de desconfiança contra Wardak e o ministro do Exterior, Bismillah Mohammadi, sobre um bombardeio pelo qual Paquistão e Afeganistão vêm se culpando mutuamente. Wardak e Mohammadi também foram acusados de falhar em manter a ordem em meio a uma onda de assassinatos políticos.

Wardak foi ministro da Defesa por dez anos. Durante seu mandato, o Exército Nacional Afegão passou de uma força mal treinada de 50 mil homens a uma forte instituição com 195 mil integrantes. "Eu aprecio o trabalho duro dos soldados e oficiais do Exército Afegão que se sacrificaram pela defesa deste país", declarou Wardak.

A renúncia deixou um dos postos mais importantes do governo vazio. Também colocou sob pressão o presidente afegão, Hamid Karzai, que deve encontrar um substituto à altura o mais rápido possível e, ao mesmo tempo, manter a harmonia étnica em seu círculo político.

Situação crítica

A violência no país encontra-se em seu momentos mai crítico desde que a invasão liderada pelos EUA expulsou o Talibã da capital Cabul, em 2001. Militantes expandiram sua área de atuação de seus tradicionais redutos no sul e no leste do país para regiões antes consideradas relativamente seguras.

Poucas horas antes de Wardak renunciar, um rebelde detonou uma bomba sob um ônibus nos arredores de Cabul, matando nove civis. Ao mesmo tempo, outra bomba explodiu do lado de fora da base da da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) ao leste da cidade, ferindo 15 pessoas, incluindo três soldados norte-americanos.

A decisão do parlamento de dispensar Wardak coloca em questão os planos Otan de passar a responsabilidade pela segurança no país para as mãos das forças afegãs até o fim de 2014.

LPF/dpa/rtr
Revisão: Francis França