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Diálogo com houthis ainda é possível, diz ministro do Iêmen

27 de março de 2015

Ataques aéreos liderados pela Arábia Saudita atingem bases rebeldes xiitas em várias regiões iemenitas. Ministro iraniano nega que conflito no Iêmen afetará negociações nucleares com potências mundiais.

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Rebeldes houthis exibem suas armas em Sanaa, capital do IêmenFoto: picture-alliance/dpa/Yahya Arhab

O ministro iemenita do Exterior, Riad Yassin, disse nesta sexta-feira (27/03) ainda ser possível um diálogo com a milícia xiita houthi, apesar de a campanha militar liderada pela Arábia Saudita contra os rebeldes no Iêmen já ter entrado no segundo dia. "O diálogo era necessário, e ainda é. Mas tem que ser um diálogo sob o princípio da legitimidade do presidente e do Estado, e não legitimidade de golpes e milícias", afirmou Yaseen pouco antes do início da cúpula da Liga Árabe, no Egito.

Nesta sexta-feira, a coalizão militar comandada pelos sauditas ampliou os ataques aéreos, iniciados no dia anterior, sobre bases dos houthis, apoiados pelo Irã. Cerca de 40 pessoas já morreram na ofensiva, que conta com a participação de diversos países árabes, como Emirados Árabes Unidos, Bahrein, Marrocos e Egito.

Pelo menos cinco províncias já foram atingidas e cerca de 40% das defesas aéreas do Iêmen foram destruídas. Aviões de guerra dos aliados bombardearam uma base aérea localizada na rica província de Mareb, controlada por soldados leais ao ex-presidente Ali Abdullah Saleh, que apoia os houthis. Os ataques destruíram ainda um radar que estava dentro da base, localizada ao lado de um campo de petróleo.

Na capital, Sanaa, jatos dos aliados bombardearam o palácio presidencial, ocupado pelos rebeldes há mais de um mês, e instalações militares controladas por tropas ligadas ao ex-presidente Saleh.

Também ocorreram bombardeios na base aérea de Anad, controlada pelos rebeldes, a apenas 50 quilômetros na cidade portuária de Aden, no sul do país – de onde o presidente Abd Rabbuh Mansur al-Hadi vinha governando desde que os houthis tomaram completamente a capital, em fevereiro.

Monarquias árabes sunitas que mantêm rivalidade com o Irã temem que uma eventual queda de Hadi abra caminho para o avanço xiita no vizinho Iêmen. Na quinta-feira, o presidente iemenita deixou o refúgio em Aden e chegou a Riad sob proteção saudita.

Influência sobre acordo nuclear

Nesta sexta-feira, o ministro iraniano do Exterior, Mohammed Javad Zarif, tentou minimizar questionamentos sobre a possibilidade de a situação no Iêmen influenciar as negociações em curso para um acordo nuclear entre Teerã e o chamado grupo Cinco mais Um (Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido e França, as cinco membros do Conselho de Segurança, mais a Alemanha). Segundo Zarif, as negociações continuam focadas em alcançar a um acordo.

"O Iêmen é o tema quente do dia" e chegou a vir à tona durante as conversas, disse o chanceler, "mas isso não significa que negociamos algo em torno disso", afirmou.

O conflito no Iêmen tem alimentado temores de que o país se torne palco de uma guerra entre o Irã, acusado de apoiar os rebeldes xiitas, e a Arábia Saudita, governada por sunitas que apoiam Hadi. No início da semana, a ONU afirmou que o Iêmen está à beira de uma guerra civil.

MSB/ap/dpa/rtr