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Mostra confronta Klee e Beuys

(ra)6 de março de 2002

Algo como procurar agulhas em um palheiro é o que uma audaciosa exposição em Heidelberg procura: estabelecer paralelos entre a obra e a vida de Paul Klee e Joseph Beuys.

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Beuys, professor na Academia de Artes de Düsseldorf, em 1977Foto: AP

Dois artistas que nunca se encontraram pessoalmente estão sendo confrontados em uma ousada exposição em Heidelberg. Semelhanças em suas maneiras de pensar e em suas obras é o que o Kurpfälzisches Museum quer mostrar ao expor Paul Klee e Joseph Beuys sob um mesmo teto.

Segundo o curador Tilman Osterwold, não há nenhuma intenção didática na mostra Paul Klee encontra Joseph Beuys - Um mínimo de semelhança. As contradições entre os dois mestres, que sozinhos contam boa parte da história da arte no século 20, permanecem manifestas. A exposição abre os olhos justamente para as semelhanças.

Quando o suíço Klee, abatido pela doença que lhe custou a vida, pintava seus últimos quadros ao final dos anos 30, o alemão Beuys dava seus primeiros passos em direção à revolução artística que preparava, rabiscando arte de forma aparentemente casual em qualquer tipo de papel.

Mas o novo gênio, como Klee havia feito 30 anos antes à sua maneira, levou ao extremo a combinação entre arte e cotidiano, usando recibos, contas, listas, sacos de batatas e jornais como matéria-prima.

Paralelos - Mesmo que seja didaticamente absurdo estabelecer qualquer conexão direta entre os dois artistas, suas obras abordam temáticas paralelas. Ambos nutriam interesse pelas ciências naturais e pelo funcionamento do corpo, especialmente pela circulação sangüínea.

Na relação dos dois com sua arte também cabem comparações: a busca pelo equilíbrio na vida e na obra de arte. E, no final das contas, os dois expandiram os conceitos de arte de seus tempos: não apenas a obra em si, mas a forma da sua interpretação entrou em jogo.

Em Heidelberg, não estão expostas obras clássicas de nenhum dos dois artistas. De 3 de março a 26 de maio, estarão expostos cerca de 100 desenhos, aquarelas e pinturas de Klee, e os 70 desenhos e colagens de Beuys. Dois destaques são o quadro Flora Fantástica, finalizado por Klee em 1922, e uma peça de Beuys considerada desaparecida por longo tempo.