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Mulheres resgatam honra do futebol alemão

Paulo Chagas13 de outubro de 2003

A conquista do título mundial de futebol feminino serviu para amenizar o trauma da derrota da seleção masculina para o Brasil, na final da Copa de 2002. A seleção masculina qualificou-se para a Eurocopa 2004.

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Nia Künzer (no chão à direita) marcou o gol da morte súbita que deu o título às alemãsFoto: AP

A vitória de 2 a 1 sobre a equipe da Suécia, que garantiu o título da seleção feminina, só aconteceu aos 8 minutos da prorrogação, na morte súbita, com o gol de Nia Künzer. Ela havia entrado no finalzinho da partida.

A seleção feminina já vinha perseguindo este título há muito tempo. Em 1995 fora vice-campeã mundial, perdendo a final para a Noruega. Em 1989, 1995, 1997 e 2001 sagrou-se campeã européia e em 2000 conquistou a medalha de bronze na Olimpíada de Sydney.

Dessa vez, a competente Tina Theune-Meyer armou um time poderosíssimo. Sua grande arma foi o ataque, que marcou nada menos que 25 gols em seis partidas (média de 4,16 gols). Com 7 gols, a atacante Birgit Prinz foi a artilheira do Mundial.

Sem desmerecer o mérito da Suécia, algoz do Brasil nas quartas-de-final, a grande partida da seleção alemã foi a vitória da semifinal sobre os Estados Unidos (3 a 0), equipe dona da casa e favorita do torneio. As americanas dominaram o futebol feminino mundial nos últimos anos.

Profissionalização do futebol feminino

Os jornais alemães deram grande destaque ao triunfo de suas jogadoras. A revista Der Spiegel afirmou que “a seleção feminina resgatou o fracasso da seleção masculina na final da Yokohama contra o Brasil (2 a 0)”.

O presidente da Fifa, Joseph Blatter, disse que a Alemanha está jogando o melhor futebol e que mereceu o título. Gerhard Mayer-Vorfelder, presidente da Federação Alemã de Futebol, (DFB) não poupou elogios: “Hoje a Alemanha tem motivo para estar orgulhosa; o futebol feminino fez grandes progressos”.

Na terça-feira (14/10), quando voltarem dos Estados Unidos, as jogadoras alemães terão direito a uma recepção triunfal, na praça principal de Frankfurt, algo que normalmente só é reservado à seleção masculina.

A treinadora Tina Theune-Meyer aproveitou este momento de euforia para pedir a profissionalização do futebol feminino. Há 850 mil jogadoras inscritas na DFB, que representam 15% dos afiliados. Mas o vice-presidente da entidade, Engelbert Nelle, disse que é preciso ir aos poucos. Ele propõe que se incentive o futebol feminino nas escolas.

Qualificação para a Eurocopa vale 1,5 milhão de euros

A seleção masculina também recuperou seu prestígio ao qualificar-se para a Eurocopa, a ser realizada entre 12 de junho e 4 de julho de 2004, em Portugal.

A vitória de 3 a 0 contra a fraca equipe da Islândia garantiu o primeiro lugar do grupo para a Alemanha e serviu para levantar o moral dos jogadores e do treinador Rudi Völler. Espanha, Holanda, Turquia, Rússia e Croácia são algumas das seleções que terminaram em segundo lugar nos seus respectivos grupos e terão de disputar os jogos de repescagem.

A DFB distribuiu 1,5 milhão de euros aos jogadores como prêmio pela qualificação. A Eurocopa é considerada uma importante vitrine para o futebol alemão, tendo em vista que a Alemanha sediará a Copa do Mundo de 2006.

Como a Alemanha não terá de disputar eliminatórias, o técnico Rudi Völler agendou sete amistosos para preparar sua equipe para o Mundial. De acordo com as pesquisas de opinião, a maioria dos alemães acredita que a seleção levantará o caneco em 2006.