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Mundial em casa: a hora da grande sacada alemã

Marcio Weichert29 de agosto de 2002

Alemanha sedia, pela primeira vez, mundial de vôlei feminino. Meta: provocar um boom deste esporte no país. Para isto, sonha-se com inédito lugar no pódio. Até lá, vale até tirar a roupa para chamar atenção.

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Federação tenta explorar sensualidade das jogadoras para atrair torcedores

O vôlei alemão não quer perder a oportunidade de se popularizar no país do futebol, do automobilismo, da natação e do handebol, só para citar algumas das modalidades esportivas em que a Alemanha tem boa reputação mundial. Esportivamente, a Seleção Alemã parece no caminho certo. Nos últimos anos, a equipe feminina, treinada pelo sul-coreano Hee Wan Lee, progrediu bastante.

Seu maior triunfo: terceiro lugar no último Grand Prix, disputado na Ásia. Até hoje, os melhores resultados em mundiais são dois quartos lugares, em 1974 e 1986, conquistados pela extinta Alemanha Oriental. No último mundial, a equipe da Alemanha reunificada ficou em quinto e, na Olimpíada de Sydney, as meninas terminaram em sexto. Na Federação Alemã de Vôlei (DVV), na comissão técnica e no time, ninguém cogita de sair do mundial com menos do que um oitavo lugar.

Sonho de medalha inédita - "Primeiro temos de sobreviver à primeira fase. Nossa meta é o oitavo lugar", afirma o técnico. "Não posso dizer que seremos oitavo", rebate Werner von Moltke. O presidente da DVV quer mais: "Do terceiro ao sexto lugar está bom. Espero que a gente dispute a medalha de bronze e a conquiste. Terceiro lugar seria um grande passo." De fato, mais do que isto seria uma zebra sem tamanho.

Na Alemanha, a Rússia (cinco vezes campeã mundial e quatro vezes olímpica – como União Soviética, vice olímpica em 2000 e vencedora do Grand Prix na Ásia) desponta como favorita ao título, acompanhada de Cuba (atual bicampeã mundial e tricampeã olímpica, mas ultimamente sem manter o mesmo nível) e China (duas vezes campeã mundial). Itália (vice-campeã européia) e Estados Unidos também seriam fortes candidatas. Ninguém fala das chances das brasileiras, quartas colocadas no último mundial e vice no penúltimo.

Torcida, o grande trunfo - Ou seja, conquistar a medalha de bronze não chega a ser impossível, mas será uma missão mais que árdua. Mesmo assim, a DVV acredita que, em casa, sua seleção têm condições de jogar de igual para igual com quase todas as potências do esporte. A esperança não é sem fundamento. Com apoio da torcida local, as alemãs carimbaram sua classificação para o Grand Prix com uma vitória sobre a Itália, em Karlsruhe. E, nas eliminatórias para as olimpíadas de 1996 e 2000, a seleção nacional obteve, em Bremen, importantes vitórias sobre a russa, a italiana e a croata.

Na primeira fase em Münster, a Alemanha tem garantida a presença da torcida. Os ingressos para todos os jogos estão esgotados. O apoio será mesmo necessário, pois as alemãs foram premiadas no sorteio com um dos mais equilibrados grupos do mundial. Seus adversários: Itália, República Tcheca, Japão, Bulgária e México. Já o grupo do Brasil, em Leipzig, tem ainda China, Polônia, Austrália, Tailândia e Grécia. Os três primeiros classificam-se.

Vale tudo - Sem grande verba para investir em publicidade, está valendo tudo para chamar a atenção do público para o esporte e o mundial. Desde a participação de jogadoras em programa infantil na tevê até posar nua. A edição desta semana da revista Max traz foto da enorme Kathy Radzuweit, de 1,96 metro, coincidentemente eleita agora a atleta mais erótica da Alemanha. Já a Stern apresenta em suas páginas todas as meninas da seleção sem qualquer peça do uniforme.