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Museu da morte

21 de novembro de 2009

Museu de Cultura Sepulcral em Kassel, na região central da Alemanha, está alojado em um edifício moderno e bem iluminado - uma boa escolha para um museu que trata do tema da morte.

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Carros fúnebres fazem parte da coleçãoFoto: AFD, Museum für Sepulkralkultur

Em Kassel, encontra-se um museu único na Alemanha, o Museu de Cultura Sepulcral. Através de objetos e instalações multimídias, o museu lança um olhar sobre as tradições em torno da cultura da morte.

A experiência universal de luto e perda impulsionou a criatividade desde o início dos tempos. Portanto, não é surpresa que, para além dos objetos da cultura europeia de morte e luto, o museu também oferece uma programação onde está presente a dança, por exemplo.

Da perda à dança flamenca

A programação do museu inclui esporadicamente a dança, pois através dela expressamos nossas emoções, explicou Reiner Sörries, diretor do museu em Kassel. Esse é o caso, por exemplo, do flamenco.

"Há dezenas de filmes em que se dança o flamenco como uma expressão de amor perdido, e toda essa ira, toda essa fúria se manifesta nessa dança", disse Sörries, para quem muitas perdas se assemelham à experiência definitiva da morte. "Esse tipo de perda nos acompanha ao longo da vida, e nós precisamos encontrar maneiras de expressá-la."

Encontrar uma expressão para perdas definitivas, principalmente para perdas proporcionadas pela morte foi uma necessidade para culturas de várias partes do mundo – de canções a lápides, passando por rituais fúnebres, cheios de tradição e surpreendentemente diversificados.

Caixões coloridos

Deutschland Museum für Sepulkralkultur
Caixão em forma de galo pode ser visto em KasselFoto: AFD, Museum für Sepulkralkultur

O museu funciona desde 1992. "A coleção do museu é direcionada principalmente à Europa Central, à cultura fúnebre alemã desde o início da era moderna, ou seja, desde os séculos 16 e 17", disse o diretor.

No museu, podem ser vistos objetos como caixões, carros fúnebres, vestuário de luto e jóias. Como, por exemplo, uma exposição especial com ataúdes de Gana, onde uma cultura própria de caixões se desenvolveu nos últimos anos.

O país tem abandonado as tradições de caixões sombrios, e apresenta agora caixões com cores brilhantes, em formas de instrumentos musicais, carros ou animais – qualquer objeto que o morto considerava importante. Um caixão de Gana, que tem a forma de um galo, tornou-se parte da coleção permanente do museu.

Símbolos da morte

O que seria de um museu da morte, na Europa, sem a peste medieval? O museu exibe obras de arte dos séculos 15 e 16, quando a peste negra se espalhou pelo continente. Surgiram ciclos de pinturas que retratam uma figura esquelética da morte, dançando em círculos com humanos.

Em um grupo de 42 pares de figuras de Basileia, na Suíça, um parceiro em cada par é humano, enquanto o outro é a figura da morte. Segundo Sörries, a figura humana pode ser "o imperador, o papa, um rei ou um nobre. Mas também poderia ser uma mãe, uma criança ou um mendigo. Ou seja: a morte é companheira de todos, independentemente de sua posição ou nome."

A arquitetura do museu, por outro lado, contrasta propositalmente com o sombrio e opressor tema da morte. Trata-se de um edifício moderno, bastante iluminado, localizado no ponto mais elevado do centro de Kassel. Isso também, explicou o diretor Reiner Sörries, é simbólico.

Autor: Michael Przibilla (ln)

Revisão: Carlos Albuquerque