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Nem tudo que brilha é de Hollywood

Cristina Papaleo / sl24 de março de 2004

Com pouca verba, a animação computadorizada alemã "Back to Gaya" conquista pela qualidade técnica e o bom humor dos pequenos personagens de um reino fantástico.

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Aventura dos pequenos no mundo dos grandesFoto: dpa

Quem disse que só a Disney e a Pixar são capazes de criar obras-primas de animação computadorizada? Desta vez, os alemães se lançam à conquista do reino digital com Back to Gaya (De Volta para Gaya).

A primeira película de animação totalmente alemã, em exibição nos cinemas do país, foi concebida e planejada em Hanôver, na Baixa Saxônia.

Projetada para ser uma espécie de Indiana Jones para crianças com a técnica de Toy Story e os roteiristas de

A Bugs Life, a produção teve custos muito abaixo dos costumeiros em Hollywood.

Com direção de Lennard Krawinkel, participam do filme figuras internacionais como Bob Shaw e Din McEnery, autores de A Bugs Life e Hércules, o músico Mousse T. e John Chatwick, da LucasArts. O ator Michael Herbig e e a cantora Vanessa Petruo, ex-No Angels, dão voz aos personagens.

Segundo Krawinkel, projetar o filme o fascinou pela idéia de competir com Hollywood contando com muito menos recursos, mas uma técnica com a qual se alcançariam melhores resultados.

Aventuras de pequenos no reino dos grandes

Gaya é um reino fantástico, com paisagens paradisíacas, onde os habitantes, os gayanos, são de tamanho minúsculo, mas possuem hábitos muito parecidos com os dos habitantes terráqueos.

Na realidade, os gayanos são os heróis da série de televisão As Aventuras de Buu e Zino, só que antes de seu criador poder escrever um novo capítulo, os personagens desaparecem e submergem no mundo real. Desta vez, a aventura os leva a tentar recuperar a pedra mágica Dalamita.

Back to Gaya, Warner Bros Film
Os três personagens principais da história no reino de Gaya

Zino é impetuoso e vaidoso, enquanto Buu é o estereótipo do medroso e inteligente portador de óculos. Quem os acompanha em suas aventuras é a charmosa princesa Alanta. Três Schnurks são os maus que sempre acabam perdendo.

Provocando inveja à Hollywood?

Esta animação, que demorou quatro anos para ser produzida, não apresentou problemas de realização quanto à técnica. Foi, porém, um desafio financeiro, já que a intenção de comparar-se às grandes fábricas de imagem digital hollywoodianas parecia audaciosa demais para eventuais investidores.

Visualmente, Back to Gaya não tem nada de que se envergonhar, mais ainda que seus personagens, muito bem desenvolvidos, são figuras com traços humanos e não peixes, dizem os críticos.

Mas, segundo eles também, no filme sobra boa vontade mas falta argumento. O encanto do anarquista Shrek e a comovente história do pai e filho em Procurando Nemo deixam no espectador a marca inconfundível de Hollywood. Já os pequenos gigantes de Baixa Saxônia parecem não encontrar altura própria.

Apesar disso, a aventura de Lennard Krawinkel significa um passo adiante na animação digitalizada na Alemanha.