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Netanyahu é acusado de desperdiçar dinheiro público

17 de fevereiro de 2015

Encarregado de supervisionar contas do governo afirma que primeiro-ministro e esposa gastam demais em comida e limpeza de residências e vê sinais de conduta criminosa. Israel terá eleições em um mês.

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Gastos de Benjamin e Sarah Netanyahu são contrários à "proporcionalidade e razoabilidade", afirma relatórioFoto: imago/David Vaaknin

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e a sua mulher, Sara, foram acusados nesta terça-feira (17/02) de desperdício de dinheiro público. A denúncia foi feita pelo controlador estatal israelense, Yosef Shapira. A função equivale a de um tribunal de contas.

Shapira os acusou de gastos excessivos e desproporcionais de dinheiro público para pagar comida, móveis e serviços de limpeza nas residências oficial e privada, além de roupas. Ele disse que repassou evidências de irregularidades para o procurador-geral de Israel, Yehuda Weinstein.

Segundo o relatório de Shapira, os custos anuais para alimentos e recepções mais que duplicaram entre 2009 e 2011, passando de 211 mil para 490 mil shekels (em torno de 150 mil reais e 360 mil reais, respectivamente). Esse valor retornou aos níveis anteriores depois de o caso ter repercussão na imprensa, em 2013. Shapira afirma que os gastos eram contrários à "proporcionalidade e razoabilidade, à economia e eficiência".

Além disso, apesar de a família ter à disposição uma cozinheira, em 2010 foram gastos mais de 92 mil shekels (cerca de 67 mil reais) em comida entregue por restaurantes. Os gastos com roupa para o premiê e sua esposa estão duas vezes e meia acima do que é considerado apropriado pelo comitê de assuntos financeiros do Parlamento.

Empregados do gabinete do primeiro-ministro tiveram que pagar alguns gastos do próprio bolso, e o dinheiro nunca foi devolvido.

As despesas de limpeza na casa privada dos Netanyahu na cidade costeira de Cesareia superam os 8.200 shekels (6 mil reais) por mês, apesar de o casal estar poucas vezes lá, em alguns fins de semana. O relatório também comenta os gastos com a compra de móveis para o jardim da residência.

Algumas semanas atrás, a mulher de Netanyahu foi acusada de ter embolsado milhares de shekels ao devolver ao supermercado garrafas retornáveis que haviam sido compradas com dinheiro público. O caso também é comentado pelo controlador, que afirmou ter passado informações sobre esse caso e sobre a compra de móveis para a residência privada para o procurador-geral, que deve agora avaliar se houve conduta criminosa.

Aliados de Netanyahu afirmam que as denúncias têm motivações políticas, e o primeiro-ministro acusa a imprensa de estar movendo uma campanha contra ele. Israel terá eleições antecipadas em 17 de março, mas, até agora, as denúncias contra o premiê não tiveram reflexos nas pesquisas eleitorais. Ele lidera as intenções de voto.

AS/dpa/ap/afp