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Nordeste busca investidores alemães

(as)16 de junho de 2005

Seminário na Embaixada do Brasil em Berlim apresenta a empresários alemães as oportunidades de negócios em Pernambuco e demais estados da região Nordeste.

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Bairro do Recife concentra empresas de alta tecnologiaFoto: Imago Fotografia


Um público formado por mais de cem pessoas, a maioria empresários ou representantes de empresas alemãs, esteve reunido na última terça-feira (14) na Embaixada do Brasil em Berlim, para ouvir uma exposição sobre negócios e investimentos em Pernambuco. O seminário "A economia brasileira e o Nordeste do Brasil: possibilidades de investimento e negócios" foi organizado pela Federação do Comércio (Fecomércio) do Estado, com apoio da Embaixada do Brasil.

Uma missão brasileira composta por 50 pessoas, incluindo o secretário de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Esportes de Pernambuco, Alexandre Valença, parlamentares e diretores de federações de comércio de outros estados do Nordeste, veio a Berlim apresentar o potencial de investimentos da região. Entre as áreas tidas como promissoras estão tecnologia, transporte portuário, turismo e energia.

Espaço para a iniciativa privada

"Estamos chamando o investidor privado para que venha desenvolver nossa região e encontramos receptividade", afirmou o presidente do Complexo Industrial Portuário de Suape, Matheus Antunes, um dos palestrantes do evento. "O que temos a oferecer aos investidores alemães é um retorno assegurado do seu investimento", disse o presidente da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), Dilton da Conti.

Ambos lembraram que o poder público não tem condições de arcar com todos os investimentos que são necessários ao país. Segundo Antunes, o Brasil investirá este ano 0,7% do PIB em infra-estrutura de transportes. "Seriam necessários 3% do PIB." Conti afirmou que o país deverá investir 7,2 bilhões de dólares por ano em energia até 2012. "Apenas 2,5 bilhões ou 3 bilhões de dólares serão aplicados pelo Tesouro", completou.

Opção para investimento imediato

Antunes citou como exemplo de investimento a construção de dutovias para o escoamento da produção de álcool no Nordeste. "Com o Protocolo de Kyoto e a demanda cada vez maior por combustíveis alternativos como o álcool, são necessárias dutovias que levem o produto aos portos. O Nordeste é um grande produtor de álcool. Essa é uma opção para investimento imediato e de retorno assegurado", afirmou.


Segundo Conti, o Brasil deverá licitar a construção de 45 novos empreendimentos no setor energético até 2010, totalizando investimentos de 15,6 bilhões de dólares. Parte desse valor deve vir da iniciativa privada. Somente este ano serão 17 novas usinas, com capacidade de geração de 2829 MW. Os alemães, de acordo com ele, têm se mantido afastados das concorrências, que atraem principalmente investidores espanhóis e portugueses. "Queremos mudar isso", completa.

Energia eólica na Paraíba

Offshore Windenergie Meer Blåvandshuk in Dänemark
Energia eólica é um dos campos promissoresFoto: AP

Para o empresário alemão Gabriel Meurer, diretor da Renergys, o seminário foi muito bem organizado e informativo e permitiu o estabelecimento de novos contatos. A Renergys está investindo em parques eólicos com capacidade de produção superior a 350 MW no Nordeste. O primeiro parque está localizado no norte da Paraíba e deve iniciar suas operações no terceiro semestre de 2006.

Meurer afirmou que pretende continuar investindo na região. "O Nordeste brasileiro está entre os melhores locais do mundo para a instalação de parques eólicos. "Ele disse estar à procura de capital brasileiro, mas com alguma dificuldade. "Às vezes parece que os estrangeiros acreditam mais no potencial do Brasil do que os próprios brasileiros."

Fortaleza será sede de encontro

O evento foi preparatório ao Encontro Econômico Brasil-Alemanha 2005, que este ano pela primeira vez acontecerá no Nordeste, numa tentativa de desviar a atenção dos investidores para regiões fora do tradicional eixo Sul-Sudeste. "Queremos aproveitar o fato do encontro ser no Nordeste para divulgar as oportunidades de investimento na região, que é prioritária para o governo brasileiro", afirmou o chefe do Setor de Promoção Comercial da embaixada, Rodrigo Carvalho.

Fortaleza foi a cidade escolhida para ser, de 3 a 5 de julho, o centro das negociações entre empresários alemães e brasileiros. O encontro ocorre há mais de 30 anos e é organizado pelas confederações industriais dos dois países, a BDI e a CNI, com apoio da Câmara de Comércio Brasil-Alemanha.