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Normalização nas relações teuto-americanas?

Daniel Scheschkewitz6 de maio de 2003

Visita de ministro alemão aos EUA marcou tentativa de aproximação entre Berlim e Washington. Relações estão estremecidas devido à posição alemã contra guerra no Iraque. Daniel Scheschkewitz, da Deutsche Welle, comenta:

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O objetivo do governo alemão é claro: normalizar as relações teuto-americanas ainda nesta legislatura ou, melhor ainda, até o final do mandato do presidente George W. Bush. O gelo que vem marcando as relações bilaterais nos últimos dez meses não é de interesse de nenhum dos lados, levando-se em conta o estreito entrelaçamento dos dois países nos aspectos econômico, político e militar. Nisto – pelo menos segundo a vontade de Berlim – nem a guerra no Iraque deve ter alterado alguma coisa.

Mas a realidade é outra. A ordem pós-guerra no Iraque não prevê papéis para a Alemanha, França ou Rússia, e sim para a Grã-Bretanha e a Polônia. As Nações Unidas foram limitadas inicialmente à função de ajuda humanitária.

Nas relações transatlânticas, os esforços dos países da União Européia que foram contra a guerra por um fortalecimento da defesa européia (N.R.: com a sugestão de um plano europeu de defesa e segurança) só levaram a novas irritações em Washington. Além disso, prossegue o silêncio absoluto nas relações entre o presidente Bush e o chanceler federal Gerhard Schröder.

As relações teuto-americanas ainda continuam um tanto quanto afastadas da normalidade e rotina profissional. Visitas de trabalho, como a do ministro da Defesa, Peter Struck, nesta segunda-feira (5), ou a do secretário de Estado Colin Powell à Alemanha, em breve, são importantes para continuar o processo de distensão. Não se trata de bajulação ou do restabelecimento de uma subordinação realmente antiquada da Alemanha à pretensão dos Estados Unidos de serem uma liderança global.

As relações deveriam ser marcadas pelo respeito e a confiança mútuos, com uma divisão de tarefas. Este já é o caso no Afeganistão e na operação Liberdade Duradoura, o que os Estados Unidos reconhecem inteiramente.

Mas por que Struck tem que esclarecer a posteriori o parceiro Estados Unidos na Organização do Tratado do Atlântico Norte sobre os resultados do encontro de cúpula em que Alemanha, Bélgica, Luxemburgo e França elaboraram um plano europeu de defesa e segurança? Por que o ministro alemão da Defesa só toma conhecimento do fechamento de bases das tropas norte-americanas na Alemanha ao ler os jornais?

E por que se zomba na Alemanha sobre o paradeiro das armas iraquianas de destruição em massa, em vez de oferecer apoio aos norte-americanos e ajudar de forma intensiva na sua busca?

Enquanto estas interferências mais que atmosféricas não forem corrigidas, as relações teuto-americanas continuarão perturbadas. Atualmente Berlim pode estar desfrutando as suas boas relações com Paris e Moscou. Entretanto, enquanto as relações com a América continuarem ruins, uma pesada sombra paira sobre o governo do chanceler Schröder. (rw)