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Normas, base de funcionamento do mundo globalizado

rw12 de maio de 2003

Conhecidos por sua afinidade com normas, os alemães fundaram seu instituto de normalização em 1917. Hoje, tem parcerias com vários países, além de atualizar e criar padrões em todos os setores possíveis.

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Scanner de impressão digital, um novo desafio da biometria ao DINFoto: AP

Desde a normatização de um pino redondo para a conexão de peças na engenharia mecânica, em 1918, até hoje, o Instituto Alemão de Normalização (Deutsches Institut fur Normung – DIN, antigamente conhecido por Deutsche Industrie Norm) definiu padrões de formato, tamanho, peso, qualidade, enfim, praticamente todos os detalhes para garantir a uniformidade (e qualidade) na produção industrial, desde um simples lápis até equipamento biométrico. Um dos padrões alemães mais conhecidos no Brasil é o tamanho A4, da folha de papel usado em escritório.

A quantidade de padrões DIN existentes na Alemanha varia entre 25 mil e 27mil. O número oscila, pois constantemente estão sendo criadas novas normas, enquanto padrões antiquados deixam de existir. Thorsten Bahke, diretor do instituto, defende que a normalização é a base para o funcionamento do mundo globalizado: "Tomemos como exemplo a telefonia celular. Você pode viajar por diversos continentes e se comunicar sempre com o mesmo telefone."

Vocabulário uniformizado

– Com as atuais tendências de globalização da economia, implicando, por exemplo, a queda de barreiras alfandegárias, torna-se necessário que clientes e fornecedores, em nível mundial, usem o mesmo vocabulário.

Para garantir esta uniformização, o DIN é uma mesa-redonda de que participam fabricantes, comerciantes, consumidores, prestadores de serviços, técnicos e cientistas. Entrementes, cerca de 90% das normas criadas pelos alemães são adotadas em conjunto pela União Européia.

A decisão sobre a padronização de produtos é tomada, entre outros, por 25 mil especialistas externos. Segundo Bahke, os custos anuais de 700 milhões de euros gastos pelo DIN para o desenvolvimento de normas técnicas são compensados com a economia anual de 16 bilhões de euros pelas empresas, dispensadas da produção de variantes para diferentes opções tecnológicas.

O Instituto Alemão de Normalização é filiado à ISO – Organização Internacional de Padrões e ao CEN Comitê Europeu de Normalização. Por seu lado, os membros da ISO (cerca de 90) são os representantes das entidades máximas de normalização nos respectivos países como, por exemplo, ANSI (American National Standards Institute), BSI (British Standards Institute), DIN (Deutsches Institut für Normung) e o brasileiro Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia).

Avanço tecnológico

– A sociedade industrial necessita cada vez mais de normas técnicas para acompanhar os largos passos do avanço tecnológico no mundo atual. Torsten Bahke cita como exemplo as atuais discussões sobre a identificação das pessoas através da biometria. "Para funcionarem, os sistemas de reconhecimento têm de ser os mesmos nos aeroportos de Frankfurt e de Nova York", argumenta o diretor do instituto alemão.

Os alemães trabalham em estreita parceria com outros institutos em todo o mundo – com os chineses já há 25 anos, mas também com o Japão e a Rússia, ou o próprio Brasil, que padroniza suas normas na Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). "Apenas os Estados Unidos são um pouco avessos a padronizações. Eles apostam mais na livre competitção", afirma Bahke.

Os alemães vêem no DIN um sinônimo de qualidade, segurança e confiabilidade. Tanto, que há alguns anos os cidadãos do estado de Saxônia-Anhalt foram às ruas manifestar-se a favor da construção de diques segundo a norma DIN 19712. "Mesmo que não soubessem os detalhes prescritos pela norma, tinham certeza de que uma construção baseada em complicadas normas técnicas duraria mais", argumenta o orgulhoso diretor do Deutsches Institut fur Normung.