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Nova esperança contra o mal de Parkinson

(sv)22 de outubro de 2003

Na Alemanha, está sendo desenvolvida uma nova terapia capaz de combater o mal de Parkinson. Trata-se do implante de células produtoras da substância dopamina no cérebro.

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Células produtoras de dopamina podem salvar cérebro doenteFoto: www.dgk.de

O novo procedimento desenvolvido pelo Departamento de Neurologia da Universidade do Sarre, na Alemanha, poderá revolucionar o tratamento das vítimas do mal de Parkinson. A nova terapia introduz no cérebro do paciente células transplantadas de outros órgãos, capazes de produzir a dopamina. Esta substância é responsável pela comunicação entre as células. Com isso, as vítimas do mal de Parkinson podem retomar o controle sobre o próprio corpo, que lhes falta quando acometidos pela doença.

Em todo o mundo, até o momento, apenas oito vítimas de Parkinson foram tratadas através do novo método, todos com resultados positivos. Uma nova etapa da pesquisa, que deverá começar dentro em breve, irá testar o procedimento em um grupo maior de pacientes. Seis hospitais alemães, quatro norte-americanos e dois espanhóis participam do estudo.

Sintomas -

As vítimas do mal de Parkinson, de modo geral, dominam perfeitamente suas faculdades mentais, não conseguindo contudo manter o controle sobre o próprio corpo. "Quando falta esta substância no cérebro, ocorre um retardamento de movimentos, uma tensão extraordinária dos músculos, além do tremor", explica Gerhard Fuss, um dos neurologistas envolvidos na pesquisa realizada pela Universidade de Homburg, no Sarre.

As vítimas do mal de Parkinson, de modo geral, não apresentam todos os sintomas da doença simultaneamente, mas estão cada vez mais propensas a estes com o desenvolvimento da doença. Em estágio avançado, o tratamento medicamentoso perde sua eficácia na maioria dos casos. A dopamina, presente na medicação, passa a não mais atingir o cérebro, além de provocar efeitos colaterais extremamente desagradáveis para o paciente.

Implante de células -

Para que a substância possa ser implantada no cérebro, segundo o novo método, é necessário retirá-la da retina, o que só é possível através da doação de olhos.

As células obtidas no processo não são manipuladas geneticamente, não são oriundas de embriões, nem tampouco crescem no cérebro de forma descontrolada. Segundo os testes realizados até agora, elas não provocaram qualquer espécie de rejeição no organismo dos receptores.

De acordo com o neurologista Fuss, é possível observar que "os pacientes melhoraram sensivelmente nos primeiros dois anos após a cirurgia. Isso significa que eles passaram a se movimentar melhor e tremer menos. Além disso, o volume de medicamentos ingerido por eles pôde ser reduzido drasticamente após o início da nova terapia".