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Novo presidente da Volkswagen apresenta programa de gestão

Neusa Soliz20 de novembro de 2001

Bernd Pischetsrieder está cheio de planos para quando assumir a presidência da VW, no ano que vem. Na sexta-feira, ele terá oportunidade de expô-los ao conselho administrativo.

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Engenheiro, Pischetsrieder foi designado para o cargo máximo da montadora em 7 de setembroFoto: AP

Bernd Pischetsrieder, só assumirá a presidência da Volkswagen em abril de 2002, mas na próxima sexta-feira (23) ele terá a primeira oportunidade de sentir-se como o chefe da maior montadora européia. O executivo apresentará os objetivos de sua gestão ao conselho administrativo. Em linhas gerais ele já esboçou o que pretende fazer: concentrar as atividades em torno das principais marcas, a Volkswagen e a Audi.

Essa separação mais nítida, contudo, só é encarada como solução parcial. Ao mesmo tempo, Pischetsrieder terá que dar um jeito no grande número de modelos com inúmeras variantes, o que encarece a produção. Somente para o Golf, o configurador online lida com 16 variações de motor e câmbio, 57 itens especiais, além de três tipos diferentes de estofamento.

Mais rentabilidade - O novo presidente da Volks também estará de olho na Seat espanhola, que até agora não contribuiu muito para os lucros do grupo. Pischetsrieder, que já foi presidente da BMW, ressalta, por isso, o aumento do lucro operacional de 17,1 milhões de euros para 19,7 milhões, até setembro, embora a Seat tenha vendido 19 mil automóveis a menos. O que conta não é a quantidade, e sim a rentabilidade, o que não irá valer apenas para a montadora espanhola.

Bernd Pischetsrieder quer corrigir o que considera uma falha da gestão do atual presidente da VW, Ferdinand Piech: que a montadora só esteja presente em 75% do mercado mundial com os seus modelos. Ele acha possível cobrir até 85%. Mantendo a Volkswagen sua fatia de 9% no mercado mundial, isso representaria uma venda adicional de 800 mil automóveis. No entanto, não se desenvolve modelos novos da noite para o dia.

Desaquecimento na Europa e EUA - Uma das dificuldades no caminho do novo presidente da VW será o desaquecimento no mercado europeu, que afeta igualmente todas as montadoras. Os analistas da Autopolis, de Londres, contam com uma queda de vendas de 9% em 2002 na Europa.

O mercado norte-americano ainda está em alta, mas isso graças aos créditos sem juros que todas as montadoras ofereceram para atrair compradores. Os especialistas dizem que, com isso, muita gente antecipou a compra de um carro novo, o que resultará na queda das vendas no ano que vem.

Problemas na América Latina - Na América do Sul, a Volkswagen também se vê confrontada com problemas. A Argentina não sai da crise e manter a fábrica perto de Buenos Aires, que está funcionando com 20% de sua capacidade, dá prejuízo.

No Brasil, a montadora desistiu de dispensar três mil trabalhadores da fábrica Anchieta, após uma greve em São Bernardo do Campo (SP), mas dificilmente a semana de quatro dias, que ali implantará, ajudará a aumentar suas vendas. Elas diminuíram 15% em outubro, em relação ao mesmo mês do ano passado. No México, houve há poucos meses uma greve de várias semanas, o que levou a montadora a rever os investimentos previstos.

Potencial - Não obstante, o presidente da Confederação Alemã das Indústrias Automobilísticas, Bernd Gottschalk, continua apostando na região a longo prazo. "Diante do potencial de crescimento muito menor do mercado na Europa Ocidental, um engajamento na América Latina é um passo necessário para garantir a capacidade internacional de concorrência da indústria automobilística alemã", disse Gottschalk, nesta terça-feira, em Curitiba, na inauguração de mais um Encontro Empresarial Brasil-Alemanha. Gottschalk também representou a Confederação das Indústrias Alemãs (BDI), da qual é vice-presidente.

Como ele ressaltou, Brasil, México e Argentina produziram mais de um milhão de veículos em 2000, o que representa um quarto da produção alemã no exterior. No Brasil, a produção atingiu meio milhão de unidades, tendo aumentado 10% este ano, enquanto os especialistas prevêem, nos próximos cinco anos, uma produção beirando os dois milhões de veículos. As perspectivas a médio prazo, portanto, são boas.

Ásia - Mais positiva para a Volkswagen é a situação na Ásia, onde a maior montadora alemã pretende investir mais no futuro. Ao todo, ela terá 64 bilhões de marcos (US$ 28,87 bilhões) para investir nos próximos cinco anos, para o que levará em conta a situação do mercado em cada uma das regiões.