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Novo presidente reestrutura Bertelsmann

(sv)5 de setembro de 2002

Gunter Thielen, novo presidente-executivo do grupo alemão de mídia, passa a borracha na memória dos tempos de seu antecessor. Com isso, o conglomerado retorna às suas raízes e abandona gradualmente os serviços online.

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Gunter Thielen, presidente-executivo da Bertelsmann AGFoto: AP

Pouco mais de um mês após a inesperada saída de Thomas Middelhoff da presidência do grupo, o gigante da mídia Bertelsmann dá sinais de que pretende trilhar um caminho definitivamente novo. Gunter Thielen, o novo presidente, afirma que deverá se concentrar em atividades tradicionais no setor de mídia, aquelas, enfim, que fizeram com que o grupo chegasse onde está após 167 anos de história.

"A Bertelsmann pretende tornar-se, com seus negócios tradicionais, rentável o mais rápido possível", afirmou Gerd Koslowski, porta-voz da subsidiária DirectGroup em entrevista ao DW-WORLD. As televisões do grupo, incluindo aí o lucrativo canal RTL, devem exercer um papel-chave na tentativa de recompensar as perdas sofridas pelo conglomerado nos últimos anos. "Todas as atividades que não pertencem ao tronco básico de negócios do grupo - por mais bem sucedidas que sejam - estão sendo examinadas no momento", completa Koslowski.

Vendas -

Thielen deve encerrar muitos dos serviços online iniciados por seu antecessor. Esta semana, por exemplo, o grupo anunciou que busca compradores para a livraria online BOL.com, que faz parte da DirectGroup, subsidiária da Bertelsmann que registrou prejuízo de 119 milhões de euros no primeiro semestre de 2002.

A nova presidência diz também estar de acordo com a decisão da Justiça norte-americana, que proibiu a venda da Napster à Bertelsmann, embora o grupo alemão já tenha investido 100 milhões de euros na bolsa de trocas. Apesar disso, Thielen apressa-se em dizer que a reestruturação não significa a venda imediata de todos os serviços online do grupo. "Nós não vemos a internet como um negócio separado, mas como parte de nossos negócios centrais", afirmou o novo presidente em entrevista coletiva.

Descentralizar -

Com as novas medidas, Thielen pretende dar maior autonomia e poder de decisão aos setores do grupo, descentralizando uma estrutura que Middelhoff havia levado anos para centralizar. "Grande parte do nosso sucesso pode ser creditado à forma de organização não centralizada", afirmou Thielen em carta aos funcionários do grupo. Desse novo perfil do conglomerado, faz parte também uma nova política de pessoal. Klaus Eierhoff, por exemplo, diretor da subsidiária DirectGroup, foi obrigado a entregar seu posto a Ewals Walgenbach.

Poucas semanas mais tarde, ficou claro o propósito da troca: a DirectGroup anunciou que pretendia se ver livre tanto da BOL quanto da cooperação com a Barnes & Noble.com. São os primeiros passos de Thielen para encerrar a política de Middelhoff, que tentou transformar a Berteslmann em um gigante de mídia e internet aos moldes da AOL Time Warner.

Em suma, a nova presidência da Bertelsmann procura impulsionar velhos pontos fortes do grupo, seguindo a vontade da família Mohn, principal acionista do grupo, detentora de cerca de 75% do conglomerado. Se isso segue necessariamente as leis do mercado só se poderá dizer com o tempo.