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O dilema russo-europeu

Alexander Kudascheff29 de outubro de 2002

União Européia quer evitar conflito com a Rússia, preferindo mostrar compreensão crítica em relação à política de Putin na Tchetchênia. Um comentário sobre a atual tensão entre Rússia e UE.

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Presidente russo Vladimir Putin é alvo da discreta crítica européiaFoto: AP

O presidente russo Vladimir Putin desmarcou na segunda-feira (28) uma visita à Dinamarca, planejada para novembro, protestando assim contra o "Congresso Mundial dos Tchetchenos", realizado em Copenhague. O governo dinamarquês não cancelou o evento, mas transferiu o encontro de cúpula entre Rússia e União Européia de Copenhague para Bruxelas, a fim de manter o planejado diálogo em "território neutro".

Os europeus compreendem perfeitamente o fato de a Rússia reagir contra o terrorismo tchetcheno – não só em função do 11 de setembro. No entanto, eles questionam a falta de moderação de Moscou. Eles temem que a anexação do país e a brutal ocupação militar da república do Cáucaso venham a fomentar ainda mais o terrorismo, exatamente o contrário do que Moscou quer. Os europeus observam como a espiral da violência cresce, provocando reações cada vez mais drásticas, duvidando de que o presidente Putin – com sua tática fria – consiga quebrar este círculo vicioso. Esta é – há anos – a principal razão da crítica européia à política russa na Tchetchênia.

Por outro lado, depois de 11 de setembro, as coordenadas dentro da União Européia mudaram nitidamente. A maioria dos europeus concordam plenamente com o combate severo do terrorismo de cunho muçulmano. A melhor arma contra terrorismo, atentados e seqüestros não é a diplomacia, mas sim uma reação militar ou policial. Neste ponto, Putin tem o apoio europeu.

No entanto, a União Européia não enfrenta o presidente russo com muita segurança. Relações sensatas com a Rússia são mais importantes para a UE do que a crítica à violação dos direitos humanos. Por isso, os europeus preferem se calar a protestar. As críticas são formuladas com diplomacia, e basta. E assim recomeça o cotidiano político. Na próxima semana , em Bruxelas, não haverá como escapar ao ponto: como solucionar a questão do enclave russo de Caliningrado no momento da expansão da UE para o Leste Europeu? Por mais que se debata, uma solução depende exclusivamente da boa vontade da Rússia. Por isso, o lema diplomático da UE continua sendo não arrumar briga com Moscou, mas sim mostrar compreensão crítica para com a política de Putin.