O longo conflito na mina de Garzweiler
A RWE ganhou a batalha e o direito de explorar Garzweiler 2. O Tribunal Federal Constitucional determinou desapropriação da área. Até 2045 mais de 30 mil habitantes deve deixar suas casas.
Extensa batalha
A empresa responsável pela mineração de linhito (tipo de carvão com alto teor de carbono) no campo de Garzweiler, no oeste alemão, ganhou a longa batalha contra os moradores da região. A corte considerou legítima a exploração do carvão para gerar eletricidade e confirmou a desapropriação da área e a remoção dos moradores. Até 2045 mais de 30 mil habitantes terão deixado suas casas.
Poluição
A mineração em Garzweiler estende-se por uma área de 114 quilômetros quadrados, ou seja, o tamanho das ilhas alemãs de Sylt e Hiddensee juntas. A usina elétrica de Frimmersdorf, localizada ao lado da mina, é uma das maiores poluidoras da Europa. Nenhuma outra fonte de energia libera tanto CO2 na atmosfera como o carvão.
A paisagem também morre
O carvão expulsa não somente pessoas. O que ele deixa para trás é pior. A fotografia retrata a mineração em Hambach, no sul de Garzweiler 2, um deserto sem vida, onde nada cresce e prospera. A maior floresta da Renânia do Norte-Vestfália ficava nessa região. Um lugar como este pode ser reutilizado, mas, para isso, muito dinheiro e tempo são necessários.
Gigante garimpeiro
O linhito que está logo abaixo da superfície na planície baixa do rio Reno é removido por enormes escavadeiras. A matéria-prima é transportada por uma esteira rolante e armazenada. O carvão é o combustível que será queimado em usinas para gerar eletricidade.
Máquinas em vez de força muscular
A grande quantidade de carvão nos campos de mineração não pode ser explorada simplesmente com a força muscular. O trabalho é feito por máquinas, e poucos funcionários são necessários para seu funcionamento e manutenção.
Protestos em vão
A mineração engole cada vez mais terra onde antes pessoas moravam. Há anos elas protestam contra a exploração, como neste acampamento da ONG ambientalista Bund. Mas os protestos pacíficos foram em vão. Onde a escavadeira está, as pessoas devem sair. Atrás das barracas, um trator prepara o solo para a exploração do carvão.
Sem esperanças de mudança
Recentemente surgiram boatos de que a empresa de energia RWE não iria ampliar a exploração da região de Garzweiler 2 e pararia a mineração antes do tempo previsto - em vez de 2045, já em 2017. Os moradores permanecem céticos. Eles não acreditam que a RWE iria por vontade própria abdicar de um negócio tão lucrativo.
Vilarejos-fantasma
Um vilarejo abandonado morre lentamente. Uma casa após a outra vai sendo deixada e, aos poucos, o lugar vai se deteriorando, como em Borschemich, na região de Erkelenz. A pressão psicológica entre os últimos moradores aumenta, tornando-se quase insuportável. Apesar de as pessoas serem assentadas em outros locais, nenhuma casa nova substitui a terra natal.
Crianças não brincam mais aqui
A placa engana. Aqui não é um canteiro de obras, como ela informa, mas sim uma área de demolição. O aviso "Pais, responsabilizem-se por seus filhos" não faz sentido. Nenhuma criança aqui. O vilarejo de Pesch não existe mais.
Ambiente tomado pela depressão
Somente pessoas com nervos de aço podem visitar um vilarejo abandonado. A descrição aldeia-fantasma é um eufemismo. A realidade é triste e deprimente. Estas casas pertencem à vila de Spenrath, que está no caminho para Garweiler 2.
Brecha na destruição
Por um breve momento, a natureza retoma aquilo que foi abandonado pelas pessoas. Mas não por muito tempo – logo a escavadeira passará por esta região. Cenas pitorescas para fotógrafos que buscam imagens diferentes se revelam no último estágio da remoção.
Novo lar
O vilarejo Immerath existe desde o século 12. Mas ele será extinto quando completar 826 anos. Desde 2006, a aldeia está sendo removida para a mineração e reconstruída nesse gramado. Sua história e a de seus 400 moradores foi perdida.
Passado e futuro da energia
No decorrer da mudança da matriz energética na Alemanha, usinas tradicionais ainda são necessárias para garantir o abastecimento, mas as poluentes de carvão devem parar de funcionar. No futuro devem permanecer apenas as fontes de energia limpa, como a eólica do parque Jüchen, próximo a Garzweiler 2. Mas, por enquanto, as duas formas coexistem.
Remoção sob protestos
Independentemente de Garzweiler ser fechada ou não, a população ainda vai sofrer muito com os seus impactos. Apesar de os moradores de Keyenberg não quererem se mudar, a justiça deu ganho de causa para a empresa RWE e autorizou as remoções.