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O porquê da "euroforia" dos alemães

(lk)4 de janeiro de 2002

Psicólogos e marqueteiros tentam explicar por que a população passou, da noite para o dia, da eurofobia ao entusiasmo pela nova moeda.

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Muitos ficam horas na fila, para trocar marcos em eurosFoto: AP

Por essa ninguém esperava! Os alemães, que até o final do ano rejeitavam em grande parte a introdução da moeda comum européia, caíram numa verdadeira "euroforia", mal repicaram os sinos do Ano Novo. Parece que as pessoas não vêem a hora de se livrar dos velhos marcos. Já nesta sexta-feira, a maioria dos fregueses estão pagando suas compras em euros.

Passar duas horas nas enormes filas diante dos guichês bancários, com o frio que anda fazendo, é absolutamente irracional. Até porque o comércio ainda aceita o dinheiro antigo e existe a garantia de troca nos bancos até o fim de fevereiro. Mesmo quem encontrar mais tarde alguma nota escondida no fundo de um baú, não ficará de mão abanando: o banco central estará sempre disposto a fazer a conversão.

Tentativas de explicações de psicólogos e marqueteiros

"É uma espécie de terapia de choque, como no caso de quem tem medo de aranha", opina Guido Kiell, da Universidade de Colônia. Ou seja: a recusa seria motivada pelo medo de não dar conta da situação, quando a moeda fosse introduzida. O remédio então é passar para a ofensiva: pegar o novo dinheiro, fazer compras com ele e provar a si próprio que tem tudo sob controle. Kiell admite, contudo, que não é dono da verdade e esta não será a única explicação plausível.

O fato de a troca de moeda ocorrer sem complicações e panes contribui para aumentar a confiança das pessoas, segundo Karin Kuchelmeister, da Central de Defesa dos Consumidores. Além disso, impera o pragmatismo, diz ela : "Muita gente não quer saber de ter duas moedas diferentes na carteira".

Para Joachim-Friedrich Staab, do Instituto Forsa de opinião pública, contribuiu muito para a aceitação o fato de os preços não terem subido, como muitos temiam. Pelo contrário, eles até caíram um pouco, por causa das promoções do comércio. E, por fim, diz Staab, os alemães resolveram aceitar a realidade. "Todos sabem que não podem fazer nada para mudar a situação. O jeito é se conformar."