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O que exatamente é desertificação?

Harald Franzen (ff/lpf)17 de junho de 2015

No Dia Mundial de Combate à Desertificação, a DW explica o que o termo realmente significa, por que isso é um problema em tantas partes do mundo e o que pode ser feito para revertê-lo.

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Foto: DW/H. Franzen

O que é desertificação?

A Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação (UNCCD) define o termo como "degradação do solo em regiões áridas, semiáridas e subúmidas secas, como resultado de diversos fatores, incluindo variações climáticas e atividades humanas". Ou seja, trata-se do processo de transformação de áreas secas em desertos. Considerando que mais de um quarto da população mundial vive em regiões secas, a desertificação tem um impacto significativo não apenas sobre a biodiversidade e sobre o clima, mas também sobre a estabilidade sócioeconômica.

O que causa a desertificação?

Apesar de desertos sempre terem aumentado ou diminuído com o tempo devido a fenômenos naturais como mudanças graduais no clima, a ação humana teve grande influência na dramática desertificação verificada hoje em muitas partes do mundo. Por exemplo, quando pessoas que vivem em áreas secas, às margens de desertos, esgotam a limitada vegetação para alimentar o gado e o fogo, elas interferem no delicado ecossistema local. Como consequência, áreas secas podem se tornar desertos. Mas essa definitivamente não é a única razão para a desertificação de muitos locais mundo afora. As mudanças climáticas alteraram os padrões climáticos e trouxeram consigo mais períodos de seca, que facilitam a propagação da aridez.

Quem é afetado pela desertificação?

A desertificação é um fenômeno que ocorre em todos os continentes, com exceção da Antártica. Os países em desenvolvimento abrigam 72% de todas as áreas secas do mundo, o que significa que 90% dos afetados vivem em regiões pobres. Nos países atingidos, as comunidades mais pobres estão entre os que mais sofrem, o que faz da desertificação um grande obstáculo ao desenvolvimento e à luta contra a pobreza extrema. A desertificação também pode afetar pessoas que vivem distantes de áreas secas ou desertos. Grandes nuvens de poeira, por exemplo, estão se tornando cada vez mais comuns. As que se originam na Mongólia – candidata à rápida desertificação – são conhecidas por chegarem até os EUA. Esse fenômeno pode ser fatal para quem tem problemas respiratórios e causar danos incalculáveis em locais distantes.

A desertificação é um fenômeno novo?

Os seres humanos vêm interferindo no meio ambiente há milhares de anos, e há indícios de que a desertificação causada pelo homem pode não ser um fenômeno totalmente novo. Pesquisas históricas sugerem que a má gestão de recursos naturais pode ter impactado significativamente civilizações antigas, como a romana e a grega, ao secar terras que antes floresciam. Mesmo que isso seja verdade – e há controvérsia –, os efeitos provavelmente não foram tão generalizados como são hoje.

O que pode ser feito para combater a desertificação?

Dizem que prevenir é melhor que remediar. O provérbio se aplica à desertificação. Prevenir também sai mais barato. Um passo importante é limitar a chance de erosão ao assegurar que a vegetação não desapareça. Uma forma de atingir tal objetivo é alternar o uso da terra entre cultivo e pastagem, ao invés de restringir a um ou outro. Se feito da maneira correta, isso alivia o solo e mantém o ciclo natural de nutrientes. Também é importante gerir os recursos de terra e água juntos, para evitar a erosão e a salinização.