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Obama e Merkel apostam em diplomacia na crise da Ucrânia

9 de fevereiro de 2015

Conversas em Washington acentuam convergência entre líderes, às vésperas de cúpula em Minsk. Mas Obama, ao contrário de Merkel, não descarta enviar armas à Ucrânia.

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Foto: S. Loeb/AFP/K. Lamarque

O conflito no leste da Ucrânia dominou o encontro entre a chanceler federal alemã, Angela Merkel, e o presidente americano, Barack Obama, nesta segunda-feira (09/02), em Washington. Ambos os líderes concordam quanto à necessidade de seguir apostando numa solução diplomática.

Merkel repetiu seu ponto de vista – também defendido por outros dirigentes da União Europeia (UE) – que se deve evitar a todo custo uma guerra em solo europeu e, para tal, insistir nas negociações pacíficas enquanto for possível.

Nesse sentido, ela defendeu a efetividade das sanções como elemento de pressão sobre a economia russa. "Na minha visão, é certo nós termos continuado a elevar os custos [das ações da Rússia]. Eu sustento esse caminho cem por cento."

Antes, os ministros das Finanças da UE haviam esboçado em Bruxelas uma nova rodada de medidas punitivas à Rússia, incluindo novas proibições de ingresso no bloco e congelamento de bens. Sua eventual imposição, porém, dependerá dos resultados da conferência de cúpula em Minsk, programada para esta quarta-feira.

Além dos chefes de Estado ucraniano, Petro Poroshenko, e russo, Vladimir Putin, também Merkel e o presidente da França, François Hollande, estarão presentes no encontro na capital de Belarus, em que se tentará implementar o plano de paz entre Kiev e Moscou, assinado em setembro de 2014, mas logo desrespeitado por ambos os lados. Iniciado em abril de 2014, o conflito no leste da Ucrânia já fez cerca de 5.400 vítimas.

Coesão, apesar de "diferenças táticas"

Merkel e Obama enfatizaram que se manterão unidos na questão da Ucrânia, mesmo que venham a emergir pequenos desacordos – o presidente americano falou em "diferenças táticas". Segundo ambos, o que está em jogo não é um conflito regional, pois a Rússia tem colocado em questão a ordem europeia de paz.

A chanceler da Alemanha lembrou que o país violou duas vezes a soberania da Ucrânia: ao anexar a península da Crimeia e ao apoiar os separatistas no leste do país.

"Se a diplomacia fracassar esta semana, haverá uma resposta forte e unificada por parte dos Estados Unidos e da UE" e "vamos aumentar os custos" para Moscou, prometeu o presidente americano, para quem a parceria entre os dois países é "inabalável".

Ao contrário da maioria dos líderes europeus, Washington tem manifestado a intenção de reforçar o Exército ucraniano com equipamento bélico moderno, a fim de fazer frente aos rebeldes separatistas do leste da Ucrânia, que dispõem de armamentos pesados fornecidos por Moscou.

Obama disse que "a possibilidade de defesa letal é uma das que estão sendo examinadas", mas nenhuma decisão ainda foi tomada nesse sentido, e que ele aguardará os resultados de Minsk antes de considerar outras opções.

Sem uma resolução, "o isolamento da Rússia só vai piorar, tanto política como economicamente", observou. Ao mesmo tempo, o político democrata assegurou que o Ocidente não permitirá que a Rússia redefina as fronteiras europeias "a ponta de fuzil".

AV/ap/afp/rtr/dpa