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Cúpula das Américas

18 de abril de 2009

Presidente dos EUA, Barack Obama, promete nova era de relações com América Latina e estende a mão ao governo de Cuba na 5ª Cúpula das Américas, encontro da Organização dos Estados Americanos (OEA) em Trinidad e Tobago.

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Obama e Chávez se encontram na Cúpula das AméricasFoto: AP

Na abertura da 5ª Cúpula das Américas, que se realiza de 17 a 19 de abril em Trinidad e Tobago, o presidente norte-americano, Barack Obama, anunciou uma nova era nas relações entre os Estados Unidos e os demais países-membros da Organização dos Estados Americanos (OEA), organizadora do evento.

Em seu discurso, na sexta-feira (17/04), Obama prometeu "um novo capítulo do diálogo" com os países latino-americanos. "Algumas vezes, nós nos distanciamos e quisemos ditar condições", disse Obama. "Mas prometo que nos esforçaremos por uma parceria de igual para igual", acresceu. No centro das atenções, estão as relações com Venezuela e Cuba.

Na Cúpula das Américas, estão presentes todas as 34 nações do continente, exceto Cuba, que foi expulsa do grêmio por pressão dos EUA em 1962. No encontro, Obama declarou-se disposto a discutir "um grande leque" de temas com Havana. "Os Estados Unidos procuram um novo começo com Cuba", declarou o presidente norte-americano em Trinidad e Tobago.

Gipfel der amerikanischen Staaten in Trinidad PANO
Abertura da 5ª Cúpula das Américas em Trinidad e TobagoFoto: AP

Superar "décadas de desconfiança"

Nos últimos dias, Washington enviara a Havana sinais claros de aproximação. Na última segunda-feira, a Casa Branca suspendeu as sanções de viagens e remessa de dinheiro por cubanos exilados nos EUA.

Na quinta-feira, o presidente cubano, Raúl Castro, afirmou que estaria aberto para um diálogo de igual para igual com os Estados Unidos, também em questões de direitos humanos, liberdade de imprensa e prisioneiros políticos.

Nesta sexta-feira, Obama afirmou que será mesmo difícil superar as "décadas de desconfiança". No entanto, declarou acreditar na possibilidade de um novo direcionamento das relações EUA-Cuba. Seu país estaria disposto a discutir com Cuba uma série de temas, disse o presidente norte-americano. De forma concreta, ele mencionou os direitos humanos, reformas democráticas, questões econômicas e política de imigração.

Clinton: autocrítica pouco habitual

Em Trinidad e Tobago, a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, expressou uma autocrítica pouco habitual quanto à política dos Estados Unidos em relação à América Latina. Ela denominou de "fracasso" o embargo imposto pelos EUA a Cuba, desde 1962.

A secretária de Estado saudou a disposição de Raúl Castro de conversar com o governo norte-americano. Clinton reiterou, todavia, sua esperança em sinais concretos de Cuba, principalmente na área de direitos humanos.

José Miguel Insulza, secretário-geral da OEA, anunciou que a próxima Assembleia Geral da OEA, no início de junho próximo, irá debater a readmissão de Cuba no bloco, apoiada pela maioria dos Estados latino-americanos.

Encontro entre Obama e Chávez

No contexto do encontro, Barack Obama e o presidente venezuelano, Hugo Chávez, encontraram-se pela primeira vez pessoalmente, na sexta-feira. Os dois presidentes cumprimentaram-se com um aperto de mãos que, segundo Chávez, partiu de Obama.

Neste sábado, ambos encontraram-se novamente em Trinidad e Tobago. Na ocasião, Chávez presenteou Obama com um livro sobre a história da América Latina. O chefe de Estado venezuelano declarou considerar Obama "um homem inteligente em comparação com o anterior presidente norte-americano".

CA/afp/ap/epd
Revisão: Augusto Valente