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Observadores europeus monitoram eleições nos EUA

lk1 de novembro de 2004

Pela primeira vez, uma missão da Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) está nos Estados Unidos para observar as eleições presidenciais.

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Computadores utilizados na votação estão na mira dos observadoresFoto: Ap

Em grupos de dois, os cem observadores da Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) atuam em diferentes partes do país. Alvo de sua atenção são os locais de votação, os computadores utilizados para o voto eletrônico, as listas de eleitores, a contagem dos votos, a apuração dos resultados.

"Os cidadãos têm a possibilidade de fazer uso do seu direito de voto? Quão seguro é o sistema eleitoral e o sistema de apuração? Quer dizer, o eleitor pode estar seguro de que o seu voto será computado? Disso tudo faz parte ainda a questão se o resultado constatado pode ser controlado" – foi assim que Rita Süssmuth, ex-presidente do parlamento alemão e integrante da missão da OSCE, resumiu à Deutsche Welle as tarefas que cabem a ela e seus colegas no âmbito das eleições norte-americanas. Os critérios são os mesmos que se empregam em democracias mais jovens, assegura a política democrata-cristã.

Convite do Departamento de Estado

Rita Süssmuth zu OSZE-Beobachtern bei US-Wahl
Rita Süssmuth integra a missão de observação nos EUAFoto: AP

A observação de eleições é uma das principais tarefas da OSCE, realizada tradicionalmente em países da ex-União Soviética e em democracias emergentes. A atuação dos observadores num país que conta com uma tradição democrática de 200 anos é incomum, mas resulta de um convite do próprio Departamento de Estado norte-americano. Deu origem ao convite o temor de que se repitam as irregularidades registradas em 2000 na Flórida, onde George W. Bush ganhou do então candidato democrata Al Gore com uma vantagem de apenas 537 votos.

A suíça Barbara Häring, vice-presidente da Assembléia Parlamentar da OSCE e coordenadora da missão de observação, está perfeitamente cônscia da responsabilidade. "A qualidade do nosso relatório vai reforçar também o nosso poder de argumentação", declarou ela à Deutsche Welle. "Este é o único instrumento que temos à disposição para mantermos um rumo claro num ambiente emocionalizado como esse."

Cabeça fria

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Se o resultado das eleições for tão apertado como da última vez, ou se as panes na contagem dos votos se acumularem, a missão da OSCE também poderá se ver na berlinda, seja como possível testemunha de acusação, seja como escudo protetor. Apesar do peso da responsabilidade, Barbara Häring mantém a cabeça fria. Afinal, o trabalho se orienta por critérios claros, estabelecidos por todos os países que integram a OSCE – 55 ao todo, englobando a Europa, os Estados Unidos, o Canadá e a ex-União Soviética.

"Nós não vamos ter influência nenhuma sobre a votação atual. Neste sentido, somos na melhor das hipóteses garantia preventiva de que os processos ocorram corretamente. Se constatarmos falhas em nossas observações, então escreveremos um relatório a respeito e faremos sugestões com vistas a futuras eleições."