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OMC aprova nova rodada de liberalização do comércio

Neusa Soliz14 de novembro de 2001

Venceu o entendimento na conferência da Organização Mundial do Comércio, em Doha, mas a nova rodada de negociações poderá estender-se por vários anos.

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Os 142 países membros da Organização Mundial do Comércio (OMC) deram o sinal de partida para uma nova rodada de liberalização do comércio, da qual se espera novos impulsos para a economia mundial. O ministro das Finanças do Catar, Yussef Kamal, anunciou o acordo hoje à noite, no plenário da conferência da OMC em Doha.

Acirradas divergências entre países industrializados e em desenvolvimento, mas também entre a União Européia e os Estados Unidos, fizeram com que as negociações, com fim previsto para terça-feira (13), fossem prolongadas por mais um dia.

A delegação alemã mostrou-se muito satisfeita com o acordo. "O resultado foi excelente, principalmente após o fracasso de Seattle", disse seu porta-voz, Steffen Moritz, referindo-se à tentativa anterior da OMC, em 1999.

A questão das subvenções agrícolas da União Européia foi um dos pomos da discórdia que ameaçaram levar a conferência ao fracasso. Um grupo de países liderado pelos Estados Unidos e também integrado pelo Brasil insistiu em incluir a eliminação das subvenções entre os objetivos da próxima rodada.

Resistência da França - A União Européia, sobretudo a França, rechaçou que isso fosse fixado de antemão, antes das negociações. O documento final continua mencionando o objetivo, mas contém o adendo: "sem querer adiantar o resultado das negociações", o que deixa em aberto o fim das subvenções agrícolas. A resistência da França explica-se pelas eleições parlamentares e presidenciais no ano que vem, que tornam politicamente inviável a diminuição de subvenções.

Pelos cálculos da OCDE (Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico), a agricultura européia recebeu subvenções de US$ 90,23 bilhões de dólares da União Européia no ano passado, enquanto os agricultores norte-americanos teriam recebido a metade dessa importância.

Liberalização e prosperidade - O Banco Mundial, por sua vez, estima que uma ampla liberalização do comércio internacional até 2015 significará um aumento de 2,8 trilhões de dólares na renda total do planeta. Essa perspectiva a longo prazo poderá exercer até um efeito psicológico importante na reativação da atual conjuntura. A desaceleração em nível mundial, agravada pelas conseqüências dos atentados terroristas nos EUA, pairou como um elemento de pressão sobre as delegações em Doha, após o fracasso da conferência anterior da OMC, em Seattle.

A nova rodada de negociações, a nona desde a Segunda Guerra Mundial, terá início em 2002, podendo estender-se por vários anos. A última, conhecida como Rodada Uruguai, começou nos tempos do GATT (Acordo Geral de Tarifas e Comércio) que antecedeu a OMC, encerrando-se em 1994.