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ONU acompanha com expectativa a conferência em Bonn

Roselaine Wandscheer27 de novembro de 2001

Apesar do prosseguimento da luta armada no sul do Afeganistão, as Nações Unidas vêem com otimismo as negociações na Alemanha sobre o futuro daquele país.

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O palácio de Petersberg, sede da conferência em BonnFoto: AP

As Nações Unidas estão otimistas com as negociações sobre o futuro do Afeganistão, a serem iniciadas nesta terça-feira, no palácio Petersberg, em Bonn. A conferência será aberta por Lakhdar Brahimi, chefe da delegação da ONU, e pelo ministro alemão do Exterior, Joschka Fischer, embora a Alemanha seja apenas anfitriã da conferência.

O porta-voz de Brahimi, Ahmed Fausi, anunciou que se pretende constituir uma força militar internacional com mandato das Nações Unidas para garantir a segurança no Afeganistão. Só depois é que seriam estacionados boinas azuis, com a tarefa de manter a paz. Uma tropa multinacional, entretanto, é rejeitada pela Aliança do Norte. No aspecto político, a meta do encontro em Bonn é criar condições para um governo e um parlamento de transição.

Nas conversas preliminares, Brahimi exortou os participantes a deixarem de lado as divergências, para chegar-se a um consenso o mais rápido possível. A conferência na ex-capital alemã tem a participação de representantes de quatro facções afegãs: a mais poderosa é Aliança do Norte, através do ministro do Interior, Junus Kanuni.

A Aliança do Norte é apoiada pelas etnias tadjique, usbeque e hazará, mas odiada pelos pachtuns - que formam o maior contingente da população -, devido às crueldades que cometeu na guerra civil. Outra delegação representa o rei Zahir Shah, derrubado em 1973 e que vive exilado em Roma.

O rei, de origem pachtun, é um elemento de integração no país. Seu grupo é liderado por Amin Farhang, que nas conversas preliminares nesta segunda-feira defendeu a constituição de uma tropa internacional de paz para o Afeganistão. Já o grupo pechavar é liderado pelo pachtun Sayed Hamed Gailani, também apoiado pelo rei. Por seu lado, a delegação do Chipre, representa cem exilados políticos afegãos, da antiga oposição ao rei. Os talibãs não têm representantes na conferência.

Na noite desta segunda-feira, houve um jantar de trabalho entre Brahimi e Fischer e um encontro com membros da Aliança do Norte. A conferência será observada por representantes de 18 países, entre os quais os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, a União Européia e vizinhos do Afeganistão. A presença de tantos representantes numa mesa de negociações já é vista como êxito para a conferência.

Segurança máxima

- Depois de 22 anos de conflitos no Afeganistão, a conferência de paz é aguardada com expectativa em todo o mundo. Mais de mil jornalistas acompanham os fatos na pequena cidade às margens do Reno, no oeste da Alemanha. O palácio de Petersberg, na montanha de mesmo nome a 331 metros de altitude, mais parece uma fortaleza, tal o esquema de segurança. A montanha, que abriga um hotel cinco estrelas, está toda cercada pela polícia e o tráfego aéreo está proibido nas imediações.