1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

ONU alerta para catástrofe humanitária no Sudeste Asiático

12 de maio de 2015

Repressão ao tráfico humano na Tailândia faz fluxo de refugiados aumentar em Malásia e Indonésia, que têm dificuldade para lidar com problema. Cerca de 8 mil migrantes estariam sendo mantidos em alto-mar.

https://p.dw.com/p/1FOdd
Indonesien Rohingya Flüchtlinge aus Myanmar
Foto: picture-alliance/dpa/Z. Maulana

A ONU afirmou nesta terça-feira (12/05) que, se os países do Sudeste Asiático não tomarem medidas urgentes para lidar com o fluxo de refugiados, a região poderá estar diante de uma catástrofe humanitária de larga escala.

"Milhares de migrantes, muitos deles com fome e doentes, estão morrendo afogados em botes no Sudeste Asiático, e os governos precisam resgatá-los", afirmou a agência das Nações Unidas para refugiados (Acnur).

Indonésia e Malásia se tornaram, nos últimos meses, o principal destino de migrantes provenientes de Bangladesh e Mianmar. O motivo foi o aumento da repressão ao tráfico humano na Tailândia, antes primeira opção dos refugiados na região.

Grande parte dos refugiados é da etnia rohingya, povo muçulmano de Mianmar descrito pela ONU como uma das minorias mais perseguidas do mundo.

O Acnur estima que 25 mil pessoas estiveram a bordo das precárias embarcações dos traficantes de pessoas nos últimos três meses. A quantidade é duas vezes maior do que no mesmo período de 2014.

A maioria desembarcou na Tailândia, onde são mantidas em acampamentos na selva pelos traficantes até que suas famílias paguem um resgate. Porém, após a repressão iniciada pelas autoridades tailandesas, os contrabandistas estão fazendo com que os imigrantes permaneçam nas embarcações em alto mar.

"Existem até 8 mil pessoas no mar, das quais mais de mil chegaram à terra", afirmou Joe Lowry, porta-voz da Organização Internacional para a Migração.

Só no último fim de semana, três botes, com mais de mil pessoas a bordo, chegaram à ilha malaia de Langkawi, perto da Tailândia. Nesta terça-feira, o vice-ministro do Interior, Wan Junaidi Tuanku Jaafar, disse que não há infraestrutura na Malásia para lidar com as chegadas.

"É a primeira vez que há tamanho fluxo de pessoas chegando ao país. Temos lugar nos centros de detenção agora, mas é insuficiente", afirmou Jaafar.

Segundo a imprensa local, Malásia e Indonésia estão planejando construir novos centros de detenção e erguer campos de refugiados para lidar com o problema. O governo malaio, porém, afirmou que, a não ser que barcos estejam afundando, vai enviar de volta os migrantes a Bangladesh.

RC/rtr/ap/dpa