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ONU denuncia desigualdade mundial

(sm)24 de julho de 2002

Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas (UNDP) acusa hegemonia dos países ricos nas maiores instituições econômicas mundiais e exige o fim do direito de veto no Conselho de Segurança da ONU.

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Angolanos à espera de comida em um hospital em KuitoFoto: AP

Instituições como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial (BIRD), dominadas por alguns poucos países ricos, perderam sua função junto aos países mais pobres, aponta o relatório das Nações Unidas sobre desenvolvimento humano, divulgado nesta quarta-feira (24).

O documento alerta para o fato de que apenas sete países detêm a metade dos votos no Banco Mundial e do FMI : Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Arábia Saudita, Alemanha e Rússia. As decisões da Organização de Mundial Comércio (OMC), por sua vez, são determinadas sobretudo pelos EUA, pela União Européia, pelo Canadá e o Japão. A fim de romper este desequilíbrio, o relatório propõe a suspensão do direito de veto no Conselho Mundial de Segurança da ONU e uma reforma do processo de escolha da direção do FMI e do BIRD.

Legitimidade da antiglobalização

– Com base nas conclusões do relatório, o Programa de Desenvolvimento da ONU alertou para a necessidade de os países pobres serem consultados sobre questões que afetam diretamente sua população. Seja no caso de restrições comerciais que prejudicam a agricultura dos países em desenvolvimento ou da reação tardia à propagação da AIDS na África, "as potências econômicas mundiais e suas instituições são acusadas de atuar de forma injusta", explicita o relatório. A antiglobalização é qualificada como um dos principais movimentos da atualidade e como reação legítima ao crescente abismo entre pobres e ricos.

Democracia como meta

- Os obstáculos à democratização impediram o crescimento econômico e social em diversos países, conclui o relatório da ONU. Apenas 82 de mais de 190 países podem ser considerados realmente democráticos. O diretor do UNDP, Mark Malloch Brown, alertou que a democracia não é apenas o caminho, mas a própria meta do desenvolvimento humano. Do ponto de vista meramente político, 81 países vêm tomando medidas democráticas decisivas desde 1980. 33 substituíram o regime militar por governos civis e 140 entre quase 200 países têm regimes pluripartidários.

Alemanha em 17º

- Na avaliação do índice de desenvolvimento humano, a Noruega continua sendo o país que oferece as melhores condições de vida à população. A Alemanha também continua em 17º lugar na lista dos países com o melhor padrão de vida, imediatamente depois de Luxemburgo, Áustria e Dinamarca e antes da Itália, Espanha e Israel. Na Alemanha, a expectativa média de vida é de 77,7 anos (81 anos no Japão), a renda per capita chega a 25103 dólares (três vezes menor que a dos EUA), o fator de educação foi avaliado em 97 (99 para a Bélgica, 98 para os EUA).